22/08/2023
Brasil

Por que temos medo de morrer? | Simplesmente

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Acordei num daqueles dias densamente reflexivos, típicos de um pós-eclipse que remexe com as emoções de todos. Ontem, uma mulher do meu círculo comentou que está lendo Osho, que ele relembra fortemente sobre o processo de que todos vão morrer e que esta notícia deveria ser a solução para todas as crises existenciais. Morremos a todo instante, a cada respiração, mas um dia morreremos de fato para este corpo que nos traz tantas alegrias e também ilusões.

A morte, aquela temida pela grande maioria que pisa sob este planeta azul, instigou e fez cair uma das fichas mais bonitas que minha consciência já atingiu. Se vamos morrer mesmo, então para que se estressar tanto com os problemas que muitas vezes nos tiram a paz? Ao contrário, deveríamos agradecer pelos conflitos que nos fazem crescer em espírito para, no fim, dizermos adeus a toda materialidade e encontrarmos o que de fato é nossa maior missão: o contato absoluto com o divino.

Essa constatação, ao invés de trazer uma carga de irresponsabilidade pelas ações, abriu um universo de gratidão no meu peito, acolhendo tudo o que se apresenta e me trazendo a conclusão de que os fatos – bons ou ruins – sempre acontecem no momento certo para cada um, como num filme, que no final do roteiro o protagonista morre. Que forte!

Estava dirigindo e pensando nisso, quando comecei a olhar as pessoas na rua e imaginar quando seria o final da história material de cada um. Continuei o caminho e, por “coincidência”, perto da capela mortuária, um homem atravessa a rua com uma coroa de flores. Um colorido tão lindo contrastando com um momento em que todos choram!

Aí continuei divagando. Pouco importa morrer. O que interessa é a forma da vida que se leva. Parece clichê, mas o que angustia é não ter perdoado, não ter demonstrado amor, compaixão e muitas vezes não ter dado o melhor a quem morreu, que deixa um vácuo, um vazio, um tom de “perda” no tempo do que não se viveu.

Pensei em escrever sobre isso, depois imaginei que as pessoas pudessem achar pesado, tenso, triste e até depressivo. Pra ver como este assunto de morte, que deveria ser super natural, pois é a nossa única e real garantia, ainda é um grande tabu que precisamos superar!

Vamos nos alegrar, pois mesmo com a certeza que um dia, sabe-se lá quando, vamos morrer, ainda estamos vivos e temos à disposição todas as oportunidades de amar e de sermos melhores a cada dia que nos for permitido abrir os olhos e despertar para cada manhã.

Gratidão, Osho!

Até breve.

Beijos.

Jo

 

Cristina Esteche

Jornalista

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