22/08/2023
Educação Guarapuava

MEC avalia estrutura para Medicina na Campo Real

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Cristina Esteche

Guarapuava – Uma equipe técnica do Ministério da Educação (MEC) está em Guarapuava nesta segunda (04) para avaliar a estrutura que a cidade e a Faculdade Campo Real oferecem para a implantação do curso de Medicina. Durante a manhã, a equipe reuniu-se com diretores da Instituição e com o prefeito Cesar Silvestri Filho (PPS). No período da tarde, o encontro será na Campo Real.

Após essas avaliações, a equipe terá 15 dias para encaminhar um relatório à Campo Real que, por sua vez, terá o mesmo prazo para contestação, caso haja necessidade. A partir disso, é só aguardar a publicação da autorização no Diário Oficial. De acordo com o prefeito, há a possibilidade do vestibular ser ofertado ainda neste ano. A Faculdade, porém, é mais cautelosa e diz que vai depender dos prazos do MEC e da publicação oficial.

O curso de Medicina é uma aspiração antiga de Guarapuava e região. O processo na Campo Real foi desencadeado em 2013 quando a Instituição foi habilitada para concorrer à vaga disponibilizada pelo programa Mais Médicos. Em 2014, o MEC confirma a escolha da Campo Real. Começou aí uma série de investimentos dentro de uma previsão de R$ 27 milhões, segundo o diretor Edson Ayres.

Porém, o processo foi interrompido por uma medida cautelar da ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, de 9 de outubro de 2015, diante de suspeitas de irregularidades na seleção das universidades. Entretanto, uma decisão tomada pelo próprio TCU revogou a suspensão do edital, e o MEC retomou o processo de criação de 2.460 novas vagas em universidades.

Para o prefeito Cesar Filho, a criação do curso de Medicina consolida o município como polo de ensino superior e referência na área da saúde. “Guarapuava está preparada para receber o curso e quem vai ganhar é a população, já que o projeto é inovador, com a interação dos alunos com a comunidade, permitindo a formação profissional com base na saúde pública”, observa o prefeito.

Conforme as diretrizes curriculares de Medicina homologadas em 2014, o curso terá como norte, entre outros aspectos, a inserção do aluno nas redes de serviços de saúde, consideradas como espaço de aprendizagem, ao longo de toda a graduação. Também nesse sentido, os estudantes deverão prezar pela adoção de diferentes cenários de ensino-aprendizagem, organização da prática, trabalho em equipe multiprofissional e vinculação, por meio da integração ensino-serviço. Deverá ser priorizada, ainda, a formação médico-acadêmica alinhada às necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Única de Saúde (SUS).

Para abrigar essa parceria, o município possui uma rede de atendimento com 32 Unidades Básicas de Saúde, distribuídas em bairros e distritos de Guarapuava; quatro Unidades de Pronto Atendimento (Jardim Pérola do Oeste, UPA Batel, Primavera e SAMU), dois Centro de Atenção Psicosocial (AD para dependentes de álcool e substâncias químicas e o 2 que é próprio para saúde mental); um Serviço de Atendimento Especializado [SAE], um ambulatório municipal de dermatologia e pneumologia sanitária; Centro de Saúde da Mulher; Programa Melhor em Casa, com atendimento domiciliar; Ambulatório Municipal de Curativos Especiais; Centro de Especialidades Odontológicas.

Se o município oferece a rede básica para o curso, na Campo Real os investimentos vão além. A estrutura física está pronta com salas de aula, laboratórios com equipamentos de ponta, um professor para cada 11 alunos; biblioteca e professores qualificados.

O curso oferecerá 55 vagas por ano e terá como coordenadores os médicos Jean Nicareta, Anderson Fadel e Stefan Wolanski Negrão (adjuntos). A mensalidade será de R$ 6.123,02 ou R$ 5.633,16 (com desconto), valores vigentes para 2017.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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