22/08/2023
Educação

Em Guarapuava, pais recorrem ao MP para que filhos possam ir à escola

Guarapuava – Pais de estudantes que moram no interior de Guarapuava e cujos filhos estão sem ir à escola por falta de transporte escolar protocolizaram uma carta junto ao Ministério Público. Eles pedem providências para que os filhos voltem às aulas. O ano letivo começou em fevereiro.
A iniciativa foi tomada após várias tentativas frustradas junto ao Departamento do Transporte Escolar, órgão ligado à Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
Preocupadas, mães foram pedir também o auxílio da vereadora Eva Schran (PHS). De acordo com o assessoria de gabinete da vereadora.
Nas localidades de Faxinal dos Fiúzas, Lagoa Rica e Coqueiros, 20 alunos estão faltando às aulas. Um grupo de mães se reuniu e foi até o Departamento do Transporte Escolar na Prefeitura. A informação recebida foi de que na segunda-feira (8) tudo estaria resolvido, o que não aconteceu.
Na sede do distrito de Guairacá as crianças também convivem com o mesmo problema. Não há transporte nas estradas secundárias. Para pegar o carro que os leva até a escola os estudantes tem que caminhar oito quilômetros.
Outro caso semelhante atinge a comunidade de Morro Grande onde três alunos que estudam na Escola Fleuri da Rocha em Guarapuava são deixados na Avenida Manoel Ribas. São crianças que vivem no interior e que não estão acostumados com o trânsito da cidade e que tem que cruzar a avenida e ainda andar cerca de dois quilômetros até chegar à escola. No final da aula, às 17h30min, ficam meia-hora aguardando o transporte para voltarem para casa.
Em Morada Nova os alunos que fazem curso técnico e também o ensino superior fazem um percurso de três quilômetros até o ponto do transporte escolar. O retorno é mais difícil. São adolescentes e jovens que fazem esse mesmo percurso após às 23 horas, inclusive, nas noites de chuva.
Motoristas dizem que a licitação para o transporte escolar não contemplou as estradas secundárias. “Os galhos não foram licitados e temos ordem para pegar e deixar as crianças somente nos pontos marcados pela Prefeitura. Eles (Prefeitura) dizem que não tem dinheiro para o resto”, afirmou um dos motoristas.
A TRIBUNA entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura já na segunda-feira (8) para agendar uma entrevista sobre o caso. Não houve nenhum retorno e nenhuma informação foi dada.
Para Eva Schran, que também se pronunciou na Câmara a esse respeito, o direito à educação é garantido pela Constituição Federal e o “nosso município está pecando”. Ela critica a falta de um planejamento por parte da Secretaria de Educação já no início de janeiro. “Não se deve tratar do assunto que o ano letivo começa. Até quando vai continuar este problema e como essas crianças vão recuperar o tempo perdido?” questiona.

Cristina Esteche

Jornalista

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