Da Redação, com assessoria
Guarapuava – A construção de uma nova ferrovia entre Dourados, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá trará ganhos de competitividade ao produtor agrícola da região Centro Oeste do Paraná, que hoje praticamente não é atendido pelo modal. O projeto está em fase de consulta pública e a Ferroeste já realizou três encontros para tratar do tema.
Um dos grandes defensores da expansão férrea é o prefeito de Guarapuava e pré-candidato ao Governo do Paraná, Cesar Silvestri Filho. “Precisamos de um sistema de transporte ferroviário que realmente atenda a necessidade do nosso Estado. Guarapuava, Cascavel e os municípios da região, onde se concentra a grande força do agronegócio do Paraná, não são atendidos pelo sistema que existe hoje”, afirmou durante a consulta pública da Ferroeste realizada nessa segunda feira (09), em Curitiba.
Hoje, apenas 20% das cargas chegam ao Porto de Paranaguá por ferrovia e, destas, somente 1% tem origem na região Centro-Oeste. Com a expansão, a região, que produz 35% dos grãos no Paraná, poderá transportar por via férrea 5 milhões de toneladas de grãos, ao invés das atuais 500 mil toneladas.
A nova ferrovia que está sendo proposta deverá ter cerca de mil quilômetros de extensão, sendo uma subconcessão entre Dourados e Guarapuava (área de concessão federal da Ferroeste), e outra concessão estadual totalmente nova entre Guarapuava e Paranaguá.
Cesar Silvestri comentou sobre os danos que a demora dessa obra e das várias promessas de investimentos federais – que nunca se cumpriram – têm causado aos produtores. “O Governo Federal nos levou no pio”, definiu, em bom 'guarapuavês'. Segundo ele, a logística deficitária reduz as condições de reinvestimento e de competitividade do produtor.
Mas o problema não para aí. Com o esforço do Porto de Paranaguá para ampliar sua capacidade de exportação, prevista para 80 milhões de toneladas em 2030, quase o dobro do atual, o prefeito de Guarapuava questiona como será possível aumentar as exportações se as condições de transportes se mantiverem iguais.
Silvestri argumenta que já se perdeu tempo demais e agora é preciso acelerar para não sobrecarregar ainda mais o sistema rodoviário. “Temos que buscar uma solução completa, que atenda as projeções de expansão da produção e das exportações. Que atenda o futuro. Esse projeto não é desse governo e nem será do próximo. É uma decisão de Estado em benefício do Paraná”, afirmou.
A próxima consulta pública será em Dourados (MS), no dia 16 de outubro.