Campanha arrecada kimonos para crianças carentes

Guarapuava – “Não deixe seu kimono no guarda-roupa. Faça uma criança carente feliz”. Esse é o lema da campanha de doação que irá beneficiar pequenos judocas de baixa renda. Eles fazem parte das escolinhas municipais de judô no salão social da Igreja Santa Terezinha e no Batalhão da Polícia Militar.

De acordo com o instrutor de judô, Onofre Carioca da Silva Junior, as crianças e jovens sem um kimono ficam desmotivadas para os treinos. “Sem o kimono o judoca fica com a estima baixa. O colega tem e ele não. Vinte por cento dos nossos 110 judocas, de 7 a 17 anos, não tem condições de adquirir um”, comenta o faixa preta.

Quem tiver um kimono guardado em casa e quiser doar pode entregá-lo a qualquer viatura da Polícia Militar que chegará até os judocas. Ou levar até o salão social da Igreja Santa Terezinha, no Batel, nas terças e quintas-feiras, das 18 às 21 horas.

Além da falta da roupa adequada para os treinos, essas crianças também enfrentam dificuldades no transporte. Algumas se deslocam de bairros bem distantes. Se os pais não têm condições financeiras para comprar vale transporte, ou o aluno não possui uma bicicleta, o caminho é percorrido a pé. “Tenho um aluno que vem da Primavera até aqui no Batel. É muita força de vontade”, observa Carioca.

As crianças e jovens que participam das escolinhas vem de todo canto da cidade. “Aqui na Santa Terezinha chega criança do Jardim das Américas e do Paz e Bem. No Batalhão temos muitas da Toca da Onça. É uma região ainda mais carente. Conto com o apoio do major Daniel, que abriu as portas para elas”, conta o sansei.

Além do preparo físico e mental, o esporte traz disciplina aos praticantes. Carioca aproveita as oportunidades e conversa muito com seus alunos. “Sempre estou batendo na tecla das drogas. Se eu conseguir deixa-los longe desse mal, já estou realizado”, enfatiza.

Há seis anos trabalhando no projeto social, Carioca já desfruta dos resultados. Um dos destaques é a faixa verde Jéssica Karina dos Santos, de apenas 12 anos. A judoca acumula títulos como campeã paranaense, ouro no Sul Brasileiro e quarto lugar no Brasileiro. “Além da Jéssica, estou realizado com os vários faixas preta e com a meninada que vem se destacando. Há três anos o esporte era composta apenas por meninos”, comenta.

Andréa Alves

Foto ilustrativa