22/08/2023
Cotidiano

População condena escândalos recentes envolvendo Guarapuava

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Guarapuava – Consultadas pela Tribuna/REDE SUL, pessoas dos mais diferentes níveis sociais e culturais têm uma opinião unânime: o nome de Guarapuava foi jogado na lama pela ação de algumas poucas pessoas, mas o Município inteiro acabou pagando. Entre as declarações, uma contundente e emblemática afirmação do reitor da Unicentro, Victor Hugo Zanete: “Não compactuo com nada disso e vou fazer de tudo para que as pessoas envolvidas sejam repudiadas pela sociedade”. Veja a íntegra dos depoimentos:

Reitor Vitor Hugo Zanete (foto) – “Como reitor da Unicentro e como cidadão só temos a lamentar esses fatos. O noticiário mostra Guarapuava como sendo um lugar ruim de se morar, pejorativo. Mas a Universidade tem trabalhado com afinco para que essas questões sejam derrubadas pelo trabalho da própria Unicentro e da região para mostrar que Guarapuava não é isso (escândalos), mas que são determinadas pessoas que denigrem a imagem da nossa cidade.

Só temos a lamentar que a grande maioria desses fatos poderia ter sido evitada se houvesse cuidado com a administração pública, se houvesse uma revisão permanente dessas figuras do esporte, da utilização de funcionário público para interesses particulares. Vejam o escândalo da Assembléia Legislativa. Como administrador que zela pelos interesses da Universidade faço um grande repúdio aos escândalos que envolvem o nosso município. Não compactuo com nada disso e vou fazer de tudo para que as pessoas envolvidas sejam repudiadas pela sociedade”.

Antenor Gomes de Lima – vereador: “Infelizmente Guarapuava está servindo de mau exemplo e tudo gira em torno da política. Muitos já têm uma referência negativa dos políticos e isso se acentua à medida que esses escândalos acontecem. Hoje, quando se fala em Guarapuava, as pessoas de fora só lembram dos fatos negativos. A grande mídia passou a focar Guarapuava como um município onde só acontecem coisas erradas. Os homens públicos devem cumprir o seu papel, o que não está acontecendo. Esse autoritarismo é uma cultura que está arraigada, de que os governantes podem tudo”.

Carlos Alberto Gomes – diretor-presidente da Fundação de Apoio à Unicentro: “Vergonhoso! Mostra a má administração pública. O reflexo está no motorista que no horário de expediente serve ao ex-deputado Fernando Carli Filho, embora negue isso. Isso exige providências das autoridades (Ministério Público, Tribunal de Contas, Câmara de Vereadores. Não é ela (Câmara) quem fiscaliza o Executivo?”.

A imprensa dá mais ênfase às coisas negativas, mas quando a cidade é reincidente essa visibilidade negativa se agrava, e Guarapuava é reincidente num espaço de tempo muito curto. O caso do motorista que é assessor ou do assessor que é motorista, e a morte do jogador no Ginásio de Esportes corroboram com a má administração pública de Guarapuava”.

José Abel Brina Olivo – presidente do Observatório Social: “A cidade está na mídia se superando de forma negativa. Não se vê nada de bom acontecendo, não se vê e não se busca. O que temos visto é o uso da máquina pública a serviço de particulares, e o que está sendo feito para apurar responsabilidades? Temos o caso do acidente no Ginásio de Esportes, o concurso público, o assessor. Uma coisa vai puxando a outra, e o que a sociedade está fazendo para apurar tudo isso? Quem tem que fazer, não faz. Quem vem de fora para buscar alguma coisa sempre acha, por que nós guarapuavanos não achamos? Acho que cada um tem que fazer a sua parte, a sociedade tem que dar a sua contribuição. Que tipo de sociedade queremos? Quando o bom se cala surge uma preocupação, porque é o silêncio dos bons que mata”.

José de Lara, 67 anos, aposentado – “Se o ginásio é de responsabilidade da Prefeitura, acho que ela deve arcar com a morte do rapaz. Já com relação ao caso do funcionário público que prestava serviço particular, penso que isso está muito errado, pois ele é pago com o dinheiro da comunidade. Com certeza, isso fica muito feio para a cidade”.

Eva Schran – vereadora: “Lamento profundamente que Guarapuava patrocine manchetes dessa forma, mas isso é o reflexo do tratamento que a administração pública dá ao município. Gostaria que essas manchetes fossem pelo bom tratamento dado ao povo, pelo desenvolvimento de Guarapuava, mas infelizmente não é nada disso. Eu viajo muito por causa da minha atuação no Sindicato dos Contabilistas, e quando digo que sou de Guarapuava as pessoas já associam aos escândalos que têm envolvido o município nos últimos meses. Isso é muito lamentável. A atuação da Câmara me angustia. A bancada do prefeito, que hoje é a maioria, age como se a cidade estivesse às mil maravilhas”.

Hélvio Henrique de Campos, 26 anos, funcionário público: “Penso que o que aconteceu com o Róbson foi um acidente. Mas também acho que isso podia ter sido evitado, já que aconteceu um outro acidente anteriormente. Deveria ter havido uma vistoria da quadra, além de apurado o que aconteceu antes. Com certeza isso não pega bem para Guarapuava”.

Neusa Campos, 51 anos, dona de casa – “O Joaquim Prestes deveria ter passado por uma boa vistoria, já que tinha acontecido um acidente antes com o menino de Cascavel. Com relação ao rapaz dirigindo para o Fernando Carli, isso é o cúmulo. É obvio que estas coisas não são boas para a imagem de Guarapuava”.

Marlene de Oliveira, 40 anos, trabalhadora rural – “Um funcionário público não pode realizar serviço para particulares. Além disso, este acidente do Róbson mostra que o prefeito tem que olhar mais para o nosso esporte e nossos ginásios. Isso é ruim para a cidade, principalmente para as pessoas que nos vêem de outros lugares”.

Foto: arquivo/Rede Sul

Cristina Esteche

Jornalista

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