22/08/2023


Guarapuava

Marcelo Rangel "jogou a toalha" | Cristina Esteche

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A troca do PPS pelo PSDB levantou especulações sobre os motivos que levaram o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, a tomar essa decisão. Até o momento, porém, Rangel não oficializou nada, mas tudo leva a crer que preferiu a porta dos fundos, já que a notícia foi dada pelo deputado Ademar Traiano durante a convenção do partido no último final de semana, em Curitiba.

A RSN noticiou o fato e, em seguida, um blog da capital paranaense achou um motivo atribuindo a troca de partido à possibilidade do apresentador Luciano Huck ser candidato à sucessão palaciana em Brasília. Num blog de Ponta Grossa, Rangel contesta esse boato e lembrou que Huck é o mais novo sócio do empresário Junior Durski, dono da rede Madero, com frigorífico sediado em Ponta Grossa.

"O Luciano Huck recentemente se tornou sócio de uma das marcas que mais cresce no país e muito nos orgulha de ser pontagrossense: o Madero”, destacou Rangel, ao blog de Ponta Grossa. Aliás, o blogueiro diz que Durski, por onde passa rasga elogios à administração o que causa ciúmes no prefeito de Guarapuava, César Silvestri Filho, escolhido pelo presidente estadual do PPS, deputado federal Rubens Bueno, como pré-candidato da legenda ao governo do Estado, na tentativa de barganhar apoio político à Bueno para uma candidatura ao Senado.

Que Durski é um grande empreendedor e se destaca no cenário empresarial paranaense não há a menor dúvida, mas qual é o seu peso na política ao ponto do seu elogio provocar ciúmes no prefeito de Guarapuava?

Bem, questionamento à parte, Rangel justifica a sua saída dizendo que vem sofrendo retaliações dentro do PPS orquestrada pelo seu presidente estadual, o deputado federal Rubens Bueno. Segundo Rangel, a “perseguição” começou quando seu irmão, o deputado federal Sandro Alex deixou o PPS para engrossar as fileiras do PSD, do qual é hoje o presidente no Paraná. O argumento do prefeito de PG é que a saída do seu irmão teria lesado o PPS na participação do Fundo Partidário. Aí suscita mais uma pergunta: O PPS possuía dois deputados federais: Rubens Bueno e Sandro Alex. Qual o “prejuízo” que um deputado causaria com a sua saída?

Acho que a resposta mais correta para o voo de Rangel ao “ninho tucano” foi a sua falta de articulação política nas hostes internas do PPS. No projeto Pé na Estrada, que percorreu todas as regiões do Estado, o prefeito de Ponta Grossa não compareceu a nenhum encontro, enquanto Cesar Filho foi presença marcante em todos. Se a administração municipal em Ponta Grossa não possui grande aprovação como apontam lideranças políticas locais, Guarapuava vai muito bem, obrigada! Recentes consultas populares feita pelo Paraná Pesquisa mostram que Cesar Filho possui uma média de 75% de aprovação no município. Esse resultado nasceu sozinho? É fruto de uma administração que se volta para ações que promovam o desenvolvimento sócio-econômico do município, que é polo da região Centro-Oeste.

Sem dúvida, Guarapuava vive um momento ímpar com a geração de novos empreendimentos, novos cursos superiores, como é o caso de Medicina. O crescimento vertical da cidade está impulsionado e o Governo do Paraná reconhece fazendo investimentos históricos, como é caso do Hospital Regional, a maior obra do Estado em construção.

São exemplos como esses citados – e tem muito mais – que pesam numa escolha partidária quando se pensa em lançar uma liderança competitiva numa disputa estadual.

O que é preciso saber é que o momento é de Guarapuava. O município é a bola da vez, mesmo disputando espaço com a “Capital dos Campos Gerais”, município que possui praticamente o dobro de habitantes – deve chegar a 400 mil, segundo o IBGE -, e um polo industrial de encher os olhos de qualquer gestor público.

A justificativa de Marcelo Rangel não convence. O fato é que Ponta Grossa “jogou a toalha” antes de entrar em campo. O que prevaleceu foi o poder político, a articulação do prefeito de Guarapuava que soube aproveitar o momento para seguir em frente. O jogo preliminar foi vencido por WO. Agora é encarar o primeiro tempo de uma partida que promete ser dura. Mas garra para encarar o desafio é o que não falta! Guarapuava segue em frente. E como prega o slogan da administração liderada por Cesar Filho, juntos podemos mais! Que assim seja!

Cristina Esteche

Jornalista

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