22/08/2023
Cotidiano

Preço do álcool cai em média 25% nos postos

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Da redação – Depois da forte alta registrada no início do ano, o álcool voltou a cair de preço e se transformou novamente na melhor opção para os motoristas de carros bicombustíveis. Após ultrapassar a casa de R$ 2,00 em fevereiro, o etanol já recuou em média 25% – e pode ser encontrado por menos de R$ 1,20 em alguns municípios paranaenses. Segundo um levantamento informal feito pela Gazeta do Povo, a cotação média em seis das maiores cidades do estado recuou 25% desde fevereiro, passando de R$ 1,93 para R$ 1,45.

Para a Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), as razões para a queda estão na desova do estoque das distribuidoras, que tomaram essa decisão devido à iminente safra de cana-de-açúcar. “Com a nova safra, a pressão sobre o preço diminuiu. O produto estocado começou a ser vendido e houve o movimento inverso. Agora a oferta pressiona os preços para baixo”, explica o superintendente da Alcopar, Adriano da Silva Dias.

O sobe-e-desce acaba confundindo os motoristas, que reclamam da variação. “Se você for conhecedor das cidades onde vai, pode fazer o cálculo. Se não, quem viaja às cegas, se perde. É preciso fazer as contas constantemente”, afirma o professor universitário e radialista Jorge Nunes, que abastecia ontem em Ponta Grossa. A motorista Vera Almeida, por sua vez, resolveu deixar as contas para o marido. “Abasteci apenas meio tanque com álcool e vou deixar para ele ver se vale a pena completar depois ou colocar gasolina. Não sei mais se compensa ou não”, diz. Estima-se que, quando o valor do álcool fica abaixo de 70% do preço da gasolina, o derivado da cana seja mais vantajoso. Conforme o vice-presidente do sindicato do setor varejista, o Sindicombustíveis, em Cascavel, Roberto Pelizzeti, o produto já está 40 centavos mais barato nas bombas.

“Chegou a R$ 2,10 e hoje está em R$ 1,68. Estamos na expectativa das usinas, mas parece que vai ficar nessa faixa de preço”, acredita Pelizzeti. Em 40 dias, o preço na cidade havia passado de R$ 1,78 para R$ 2,10. No mês passado, numa tentativa de conter os preços do etanol, o governo reduziu a proporção de 25% para 20% de álcool na gasolina. “Na gasolina praticamente não houve variação recente. Existe uma pressão para que se retorne aos 25% na mistura de imediato, mas quem ganha com isso são os usineiros. Esperamos que o governo fique do lado do consumidor desta vez, já que a volta do porcentual anterior está prevista para 1º de maio”, diz Pelizzeti.

Jornal Gazeta do Povo
Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Cristina Esteche

Jornalista

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