22/08/2023


Mulheres se unem contra o assédio sexual no carnaval

Em Guarapuava, campanha está em clubes, danceterias e bares

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Mulheres sem unem contra o assédio sexual (Foto: Agência Brasil)

Assédio sexual é crime e deve ser denunciado. Esta é a palavra de ordem no carnaval em campanhas que se espalham pelo Brasil afora. Em Guarapuava, a Secretaria da Mulher e o Numape Florescer – Núcleo Maria da Penha, divulga o Assediômetro. Cartazes estão colocados em estabelecimentos que vão promover eventos de carnaval, como bares e casas noturnas.

De acordo com a secretária Priscila Schran, muitas mulheres, quando estão dançando e se divertindo, acabam sendo assediadas e, muitas vezes, não sabem que pode se tratar de assédio. Diante disso, visitamos esses locais e colocamos cartazes em lugares estratégicos para que as mulheres possam diferenciar o que é paquera e o que é assédio. Nossa intenção é alertar que não é não; e que uma relação não consentida é estupro. Por consequência, essas atitudes são consideradas crime e devem ser denunciadas”.

Mas como diferenciar entre assédio e paquera? O divisor está na palavra Não. Qualquer insistência demasiada ou outra tentativa não consentida é assédio. Ou seja, quando o homem vai longe demais seja com palavras ou com ações e a mulher não quer.

E é essa conscientização que se dissemina também pelo mundo afora, na imprensa, nas redes sociais e no mundo cinematográfico

Com o recente movimento norte-americano Time’s Up, onde diversas atrizes famosas se unem contra o assédio e dão visibilidade ao tema.

AUMENTO

No Brasil a sororidade, palavra que significa a união feminina baseada no apoio mútuo, solidariedade e empatia, se torna ainda mais importante durante as festas de carnaval, quando muitos casos de assédio são contabilizados a cada ano. Diversas campanhas pelo Brasil pedem o fim do assédio no carnaval e, sobretudo, estimulam as mulheres a se apoiarem para curtir a data sem transtornos.

A preocupação não é à toa. Entre o carnaval de 2016 e 2017, os casos de violência sexual contra mulheres registrados pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) aumentaram 88%. Uma das iniciativas deste ano é a campanha #AconteceuNoCarnaval, que vai atuar em cidades como Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, João Pessoa, Campina Grande e Ouro Preto.

As campanhas também orientam as mulheres a fazer o registro da ocorrência, no caso de abuso ou violência. Não precisa de advogado, não é obrigatório ser em uma delegacia especializada da mulher e você não precisa saber todos os dados do agressor.

No caso de a mulher sofrer algum tipo de violência sexual, o grupo orienta a procurar ajuda médica, principalmente pela necessidade de tomar remédios preventivos a doenças sexualmente transmissíveis, o que deve ser feito em até 72 horas.

Cristina Esteche

Jornalista

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