Ela fala mandarim idioma chinês, conhece parte do mundo e vive na Espanha. O céu náo é o limite para a jovem Maraclis dos Santos, a menina humilde que nasceu e viveu parte da sua vida numa propriedade rural no Jordão. Seu pai trabalhava na fazenda do ex-prefeito Nivaldo Kruger.
Conheci Maraclis quando era minha assistente no extinto O Jornal, veiculo de comunicação da qual era editora. Sonhadora, cheia de projetos, ela cursava Administração na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
Dezoito anos se passaram desde que ela foi trabalhar em Curitiba. Começava então a realização de tudo o que tinha almejado.
“Eu havia terminado Economia na Unicentro e Guarapuava não oferecia nenhuma perspectiva profissional a uma jovem que acabava de sair da Universidade cheia de sonhos mas sem nenhum dinheiro no bolso para realizá-los”.
Ela desembarcou em Curitiba no ano 2000 e encontrou trabalho na indústria automobilística, em uma joint venture entre Espanha e Alemanha. “Nessa empresa encontrei pessoas maravilhosas que me treinaram e me fizeram uma profissional preparada para o mercado de trabalho. E foi nessa empresa que a menina pobre, de origem humilde, passa a ter um lugar ao sol e começa a ver um pouco mais do mundo e a conhecer o significado da palavra globalização. Em 2003 cheguei a Europa pela primeira vez. Um continente que desde a primeira vez me abraçou. Foi amor à primeira vista. Esse foi o começo de uma história que dura até hoje”.
E dessa maneira, trabalhando duramente e sem descanso Maraclis conseguiu pouco a pouco tudo o que sonhava no campo profissional, até mesmo a ter a sua própria empresa. “Conheci muitos países, dentre os quais alguns muitos diferentes como China, Alemanha e México. Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, comidas imaginárias, costumes incríveis, idiomas tão diferentes”.
Porém, o crescimento profissional tem um preço bastante alto e aos 37 anos ela se deu conta de que os sonhos começavam a muda. Era hora de começar um novo ciclo. “Vivo na Espanha fazem mais de cinco anos, um país que amo tanto quanto o país que nasci, um povo único, tenho aqui minha família, meu amor e companheiro de todas as horas”.
Ao invés de trabalhar 12, 14 horas por dia, Maraclis trabalha o suficiente para estar ativa no mercado. “Tenho um jardim e adoro ter tempo para trabalhar no meu jardim, somos apaixonados pela montanha e pelos esportes de montanha, em nosso tempo livre nos dedicamos a caminhar e a estar conectados com a natureza o maior tempo possível”. Também virou uma amante do yoga e em estudar novos idiomas.
“Amiga, de uma maneira resumida essa sou eu hoje em 2018, a vida foi boa comigo desde o dia em que nasci, agradeço a Deus por tudo que Ele me proporcionou”. Teve problemas? “Muitos, mas eles nunca foram maiores que a minha vontade de lutar. Meu pai me disse que eu nasci livre, me disse isso aos meus cinco anos, que o medo era uma palavra que eu nunca deveria temer e que eu nunca desse muita atenção aos problemas e assim tenho feito e penso continuar fazendo enquanto esteja por aqui neste mundo…rss”.