22/08/2023
Esportes

Especial Copa: jogadores paranaenses lutam para ir à África

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Guarapuava – Faltando pouco menos de dois meses para a estréia brasileira na Copa do Mundo deste ano – que acontece no dia 15 de junho contra a Coréia do Norte, em Johanesburgo – a situação dos jogadores paranaenses que passaram pelo time do técnico Dunga nos últimos três anos e meio é contrastante. Enquanto uns parecem praticamente garantidos, outros ainda esperam por uma oportunidade de última hora, que deve aparecer principalmente caso haja alguma contusão, já que o Dunga tem comentado com freqüência que o grupo de jogadores está fechado.

Entre os paranaenses, hoje a única unanimidade é o atacante Nilmar (foto), de Bandeirantes, norte do Estado. O jogador, que atua no Villareal da Espanha, tem sido presença constante na listas de Dunga há algum tempo. Quando jogou, o atleta deixou uma boa impressão ao marcar cinco gols nas Eliminatórias em partidas contra Paraguai, Chile e Bolívia – Nilmar possui pelo Brasil a excelente média de 0,8 gol por partida. Visto como primeiro reserva para o ataque, o jogador chegou a ser pedido como titular no começo do ano quando Robinho passava por má fase no Manchester City.

Outro paranaense que aparece com boas possibilidades é o meio-campo Kléberson, de Uraí, também no Norte do Paraná. O jogador, campeão do mundo em 2002 na Ásia, retornou ao Brasil para jogar pelo Flamengo em 2008, após anos de ostracismo na Inglaterra e na Turquia. Logo, voltou a ser convocado participando da Copa das Confederações e do amistoso contra a Irlanda, último antes da convocação definitiva, dando sinais de que pode aparecer na lista, jogando sua segunda Copa.

“Trata-se de um ótimo volante, técnico, que desempenha várias funções em campo e não só de marcação. Melhor que os titulares Gilberto Silva e, principalmente, Felipe Mello. Além disso, tem a experiência de já ter sido campeão mundial”, opina o editor de esportes do jornal Folha de Londrina, Thiago Mossini. No entanto, pode pesar contra o Kleberson o fato de ele não ser atualmente titular absoluto do meio-campo carioca, já que o atleta tem ficado no banco flamenguista em algumas partidas.

Situação bem mais complicada vive outro meio-campo paranaense, Alex, ex-Internacional/RS e atualmente no futebol russo. Natural de Cornélio Procópio, Norte do Estado, o jogador viveu grande fase no clube gaúcho, sendo chamado por Dunga pela primeira vez em 2008 – ao todo foram cinco convocações. Após ser negociado com o Spartak Moscou da Rússia no ano seguinte, Alex foi novamente lembrado para os dois últimos compromissos válidos pelas Eliminatórias contra Venezuela e Bolívia. Mas escondido na Rússia, Alex parece ser hoje carta fora do baralho, mesmo atuando também na lateral-esquerda e sendo um excelente cobrador de faltas, qualidade ausente no elenco de Dunga. Resta ao jogador esperar outra oportunidade, talvez daqui a quatro anos.

Correndo por fora

Os defensores paranaenses também estão em situação complicada. No miolo de zaga, Miranda e Naldo, de Paranavaí e Londrina respectivamente, aparecem atrás do quarteto formado por Lúcio, Juan (ambos titulares), Luisão e Thiago Silva. Os paranaenses ainda têm como concorrente o zagueiro Alex, do Chelsea da Inglaterra. Mas caso surjam imprevistos de última hora – não custa nada lembrar que uma das surpresas da lista de 2006 foi o zagueiro Cris, do Lyon da França – o são-paulino Miranda deve ser a primeira opção.

“[Ele é] Muito melhor do que o Naldo, mas se queimou ao ser expulso contra a Venezuela em jogo válido pelas Eliminatórias]. O Dunga tem os quatro zagueiros definidos. Se um deles se machucar, Miranda está na Copa. Do contrário, acho difícil”, comenta Mossini.

Nas laterais, o sonho dos paranaenses também é distante, seja para o londrinense Rafinha ou para o curitibano Adriano, que atuam no futebol alemão e espanhol respectivamente. Na direita, Rafinha enfrenta uma concorrência desleal, já que tanto Maicon quanto Daniel Alves têm voado em seus clubes, o que fez com que o londrinense tivesse poucas oportunidades na seleção – o jogador foi chamado para duas partidas das Eliminatórias, além da participar da Olimpíadas de Pequim.

Na esquerda, o lateral e meio-campo Adriano não é chamado há algum tempo, apesar da regularidade mostrada no Sevilla e da ausência de nomes absolutos no setor. “Acho que ele merecia uma chance já que se trata de uma posição bastante discutida”, opina o comentarista da Rádio Transamérica FM e do jornal Gazeta do Povo, Airton Cordeiro. No entanto, atualmente a bola da vez na função é o jogadorl do Lyon, Michel Bastos, que, apesar de ser gaúcho, é um velho conhecido da torcida paranaense. Entre 2003 e 2005, o atleta defendeu o Atlético, participando da conquista do vice-campeonato da Libertadores. “O Michel de hoje é muito melhor que o daquela época. Ele é mais experiente e apoia melhor o ataque do que quando esteve no Atlético”, compara.

Com apenas um ou mais paranaenses, o técnico Dunga convocará a Seleção Brasileira na primeira quinzena de maio. Antes de embarcar para a África, o time ficará concentrado por uma semana no Paraná, treinando no CT do Atlético, em Curitiba. Que a passagem pelo Estado traga boa sorte à seleção na luta pelo hexa.

Cleyton Lutz – Rede Sul de Notícias

Foto: Globo Esporte.com

Cristina Esteche

Jornalista

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