22/08/2023
Educação

Empresários têm preferência por cursos de engenharia

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Da redação –  Uma comissão composta por professores especialistas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) é a garantia de que a implantação de um campus da Universidade Tecnológica (UNITEC) de Guarapuava seguirá padrões técnicos e irá corresponder às expectativas da comunidade. Durante a semana, o deputado federal Cezar Silvestri (PPS), autor da projeto, fez contatos com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para assegurar que a parte do governo federal (contratação de professores e outros) seja conhecida antes mesmo de a proposta chegar em Brasília.
Em Guarapuava, professores, empresários e representantes da comunidade debatem quais os melhores cursos a serem implantados. Também está tendo andamento o planejamento pedagógico. “No que depender dos esforços da comunidade de Guarapuava, vamos ter a nossa Universidade Tecnológica”, afirmou Cezar Silvestri.
O coordenador regional da Federação das Indústrias ,Julio Agner (foto), defende cursos inéditos na região para evitar uma sobreposição do que já vem sendo ofertado pelas faculdades e pela Unicentro em Guarapuava.
Julio Agner disse que terá em mãos nos próximos dias um estudo feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) sobre as condições sócio-econômicas de
Guarapuava e da região e que irá contribuir nessa discussão.
O líder empresarial defende uma inovação nos cursos escolhidos. “Existe a possibilidade de ser ousado e optar por um curso de mecatrônica”, exemplifica. Entretanto, Agner observa que não se pode esquecer que “estamos inseridos numa região pobre”.
A proposta de Agner é balizada pelo empresário Célio Cunha que lembra que o Município e a região são carentes de mão-de-obra especializada.

ENGENHEIROS

“Precisamos optar por cursos que disseminem empresas de tecnologia. Temos hoje apenas indústrias puramente transformadoras, com raras exceções de indústrias automatizadas existentes no Município”, observa. Essa reversão, de acordo com o empresário, só será possível quando houver investimentos em ensino técnico de engenharias e superior, principalmente, mecânica e eletrônica. “É tudo o que precisamos para automatizar nossas indústrias, pois o que temos são fábricas
A partir de estudos comparativos entre os engenheiros que são colocados no mercado brasileiro e os países asiáticos o número do Brasil nesse setor é baixo. Há quatro anos, 30 mil brasileiros se formaram em engenharia contra 400 mil novos engenheiros chineses e 80 mil coreanos, segundo levantamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “O Brasil vai parar por falta de engenheiros”, alerta Célio Cunha.
Em defesa do curso técnico e de terceiro grau na área de mecatrônica Julio Agner observa que os profissionais dessa área são muito bem remunerados e disputados pelo mercado de trabalho. O mesmo estudo da USP mostra que hoje os alunos deixam a universidade com cinco ofertas de trabalho e que diante escassez de profissionais, as empresas estão aumentando o salário dos engenheiros e dos técnicos em engenharias. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a remuneração inicial média triplicou.
“Podemos ter técnicos especializados e muito bem remunerados”, diz Julio Agner.

Matéria publicada no jornal Tribuna Regional do Centro-Oeste

Cristina Esteche

Jornalista

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