O esplendor da natureza reunido num só lugar. É assim que pode ser traduzida a transformação do Parque das Araucárias, a maior reserva municipal de araucária, num complexo turístico e de preservação ao meio ambiente. O resultado desse investimento? Qualidade de vida para a população.
Criado em julho de 1991, o espaço tem 104 hectares, sendo que em 23 deles há cerca de quatro mil araucárias, incrustrados no parque. Cinco lagos, e agora, um chafariz se harmonizam com o verde e dão um toque especial ao ambiente. O Jardim Botânico expõe plantas nativas e exóticas e a informação sobre espécies de insetos e de rochas encontra respaldo no Museu de Ciências Naturais que divide conhecimento com a natureza viva. A coleção do professor João Bigarella passa pela paleontologia, geologia e zoologia, com conchas e rochas de várias partes do mundo. Para quem gosta de conhecer a história dos bichos, o Museu do estudioso autodidata Hipólito Schneider, que morreu em 2011 e dedicou sua vida à pesquisa e estudos do gênero, mostra mais de 14 mil espécies de insetos preservados, além de animais empalhados. Um acervo riquíssimo digno de receber qualquer pesquisador mais exigente.
Agora, para completar o cenário que se ergue às margens da BR 277, no perímetro urbano de Guarapuava, o Parque ganhou o Jardim Europeu, um projeto paisagístico inspirado no que há de mais belo pela Europa.
Aliás, as referências à estética europeia, estão em toda a parte: seja nas espécies escolhidas ou nos caminhos, forrados com pedriscos brancos, que convidam os visitantes a passear pelo verde. Perto do labirinto cinco mil pés de flores como celósias e tagets plantadas no entorno do jardim remetem ao clima que se quis dar ao parque. Os buchinhos, que são plantas de topiaria típicas do paisagismo francês, foram espalhados dando forma aos desenhos, cujo conjunto, é de encher os olhos e acalentar a alma. “Foram plantados 12 mil pés de buchinhos”, diz o engenheiro florestal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Fábio W. Gorski.
Porém, muito mais do que um ambiente de contemplação, o Jardim e o Parque são locais de uso. Trilhas por meio da mata, palestras e aulas sobre educação ambiental atraem escolas e a comunidade. Trilha das Araucárias, por exemplo, conta com árvores dispostas em 1.076 metros de extensão, além da Trilha do Rio. Alguns animais, a exemplo de veados, lagartos e tatus também podem ser encontrados no local. É uma verdadeira aula ambiental a céu aberto.
“Hoje a conscientização das pessoas para preservar o meio ambiente já é outra. Quase não sujeira no parque, principalmente após os finais de semana quando mais de duas mil pessoas visitam o Parque das Araucárias”, disse o secretário de Meio ambiente, Celso Araújo. O local conta com 34 lixeiras.
O parque é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, área protegida por lei por causa da abundância de recursos naturais importantes. Há ainda mais seis hectares de capoeira para o enriquecimento natural desse espaço.
“Este local tem um significado simbólico porque mexe com a autoestima do povo de Guarapuava e valoriza o município. É um local que as pessoas irão visitar, que será cenário das fotos de famílias, casamentos e aniversários”, disse o prefeito.
Construído durante cinco gestões pelas mãos dos ex-prefeitos Moacir Silvestri – que solicitou a reversão da área então perante ao Governo Federal -; Nivaldo Kruger – que conseguiu essa reversão -; Fernando Ribas Carli – que criou o Parque Municipal das Araucárias-; Vitor Hugo Burko – implantou o Museu Natural e toda a infraestrutura- e, finalmente, Cesar Silvestri Filho que assina a obra final com a reurbanização do Parque, a implantação do Jardim Europeu e interligação dessa área com a Cidade do Lagos, passando pelo Bairro Primavera. A referência foi feita pela deputada estadual Cristina Silvestri.
Projetado por engenheiros da Prefeitura, referendados por Cesar Filho, entre a simetria e a geometria, típicas do estilo europeu, ali, no Parque das Araucárias, a natureza emoldura o lugar.