Da redação – A respeito dos 200 anos de Guarapuava:
“O que comemoramos?” Não consegui a carta aberta mencionada. Mas eu gostaria de comentar que toda comemoração pública sempre é política. Os motivos e significados dessa comemoração mudam ao longo do tempo. A análise científica da história também se modifica ao longo do tempo. Discutir apenas se a "cidade" tem ou não 200 anos não leva a nada. O que seria relevante é analisar o contexto da ocupação e presença portuguesa nos "campos de Guarapuava". Lembrem-se da expedições no final do século XVIII. Lembrem-se de Napoleão e da vinda da corte portuguesa para o Brasil. O que tem isso a ver com Guarapuava. Muito. Lembrem-se das colônias espanholas (Argentina e Paraguai) e sua presença no Oeste. Lembrem-se que o vilarejo de Guarapuava ia até as barrancas do Rio Paraná, cruzava o Iguaçu e atingia as fronteiras do Rio Grande do Sul (vejam mapa na Biblioteca Pública, em Curitiba). É óbvio que Roma não foi construída pelos Imperadores, nem a história de Guarapuava e região foi obra dos notáveis dos últimos séculos mas de todos os povos e indivíduos que aqui se digladiaram, mataram-se, apoiaram-se, amaram-se por motivos internos e externos à região. Ontem e hoje. As origens da futura cidade e do atual município de Guarapuava remontam, pelo menos ao final do século XVIII. E aqui seguimos nós – índios, brancos e negros – ninguém melhor do que ninguém, dentro e fora de Guarapuava, construindo a nossa história. Parabéns aos guarapuavanos natos ou imigrados!!! (Orlando Pilati)