Desde 1995, o rodoviário do transporte coletivo urbano e Petrópolis (RJ), Ilson Julio da Conceição, não vê o casal de filhos que teve com uma médica durante um relacionamento quando viveu em Guarapuava. O casal viveu na comunidade Alfa Ômega, na Serra da Esperança, na década de 90. Desde a separação, Ilson diz que não teve mais notícias dos filhos.
“Todos sabem que o Rio de Janeiro está em guerra e tenho um único desejo: rever meus filhos que devem viver com a mãe em Curitiba”.
A vida de Ilson, entretanto, não perde em nada para as histórias que roteirizam filmes. Um dos cinco filhos de uma família humilde de Petrópolis, pai coveiro e mãe doméstica, Ilson viveu boa parte da infância nos fundos de um cemitério. Os pais, retirantes do interior de Minas Gerais, se conheceram e foram para a Cidade Maravilhosa.
“Moramos à beira de um barranco e quando meu pai morreu, para sobreviver, eu e meus irmãos fazíamos trabalho de cemitério, trabalhamos em feira, como flanelinhas na Catedral São Pedro de Alcântara”.
Ilson diz que foi alfabetizado no Convento Madre Regina, mas junto com vários outros meninos do morro já estava na rua.
Mas um dia, ao levar a bolsa de feira à uma senhora que já o conhecia, um novo capítulo da sua história começou a ser escrito.
“Como Petrópolis tem as tradicionais feira, eu conheci uma senhora cuja tia conhecia meu pai do cemitério. Eu fui levar a bolsa de feira na casa da família e ali começou uma nova história na minha vida, pois comecei a fazer os serviços de manutenção da casa e depois eles me tiraram da rua! Eu não tinha noção de que aquela família fosse mudar minha história”.
Em 1987 com o falecimento da esposa do então escritor Paulo Fernando Kronemberger, que já conhecia por se interessar por ufologia, Ilson disse que teve a felicidade de conhecer Guarapuava.
“Na Serra da Esperança existia uma comunidade esotérica. Num dos vários congressos brasileiros de ufologia realizado Paulo Fernando kronemberg, a mãe dos meus filhos e mais duas amigas [uma médica e outra enfermeira] foram a Guarapuava conhecer o projeto Alfa Ômega, onde eu e mais outras pessoas já estávamos morando lá. Elas acabaram ficando”.
Ilson e a sua companheira viveram juntos por sete anos e tiveram os dois filhos.
“Em 1995 houve a separação e eu retornei a Petrópolis para ficar com minha mãe que já se encontrava idosa. Hoje vivo continuo vivendo aqui e não aguento mais a saudade dos meus filhos que nunca mais vi. Só quero vê-los, saber deles, matar a saudade”.
O endereço de Ilson é a Rua Paulino Afonso, Vila São José, 59, Petrópolis (RJ). Celular: (24) 9 9295-5077.