5ª Regional apresenta déficit no número de leitos de UTIs neonatal, segundo SBP

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) denunciou um déficit de mais de 3 mil leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em todo o país, para o acolhimento de crianças que nasceram antes das 37 semanas previstas para a gestação e que apresentem casos clínicos graves ou necessitem de observação médica. O parâmetro estabelecido como ideal pela instituição considera o número de quatro leitos para cada grupo de mil nascidos vivos. No contexto da região central do Paraná, os números também ficam abaixo do parâmetro exigido pela SBP.

De acordo com o diretor da 5ª Regional de Saúde de Guarapuava, Márcio Brunsfeld de Oliveira, 14 leitos de UTI neonatal são oferecidos aos moradores dos 20 municípios de abrangência dos serviços da regional. Deste número, sete leitos são oferecidos pela rede pública de saúde no Hospital São Vicente e seis são oferecidos pelo Hospital Santa Tereza, também por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O último leito é disponibilizado pelo mesmo hospital, mas pertence a rede privada.

Ambos os centros que oferecem tais leitos são localizados em Guarapuava. Nos demais municípios não há UTIs neonatal. Deste modo, moradores das 19 cidades de abrangência da 5ª Regional de Saúde dependem dos serviços oferecidos em Guarapuava.

Para o diretor Márcio, o cenário local se encontra dentro das metas por considerar como parâmetro a política estadual, que difere da exigência da SBP sobre disponibilizar quatro leitos para cada mil recém-nascidos.

“Estamos dentro da orientações repassadas pelo Estado, que considera os números do Ministério da Saúde. Nos apontamentos desse ministério o parâmetro é de dois leitos para cada mil nascidos vivos. Sendo assim, estamos dentro do preconizado”.

REGIÃO

Em um comparativo com a 4ª Regional de Saúde de Irati, que possui nove municípios de abrangência, o número de leitos de UTI neonatal oferecidos pelo SUS é 11. Com a rede particular, mais 3 leitos são adicionados. O número se equipara ao de Guarapuava, que possui o dobro de cidades para atender.

De acordo com Márcio, pela situação de leitos oferecidos em Irati, é justamente para o município e também para a capital do Estado que os recém-nascidos são encaminhados quando os leitos de Guarapuava estão lotados.

“Temos uma ambulância de UTI móvel e um helicóptero para transportar os casos necessários. Mas, hoje estamos em uma situação confortável, onde permanecemos valorizando os trabalhos preventivos realizados pela Rede Mãe, nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios”, declarou. “Não existem ociosidades em nossos leitos, mas o número está dando conta”.

Em entrevista ao Portal RSN, Márcio declarou que não há perspectiva de ampliação desse serviço nos Hospitais Santa Tereza e São Vicente, pela rede pública. “Temos apenas uma previsão da instalação de UTIs pediátricas, a partir do funcionamento do Hospital Regional”.

NACIONAL 

As informações divulgadas no início da semana passada apresentam um cenário com falhas na gestão da rede pública de assistência. Em todo o país, existem em funcionamento na rede pública e privada 8.766 leitos. A carência nacional divulgada pela Sociedade equivale a quase a metade do serviço oferecido nacionalmente.

Com base em tais números, a SBP contabiliza a razão de 2,9 leitos por grupo de mil nascidos vivos. Se considerados apenas os leitos oferecidos pelo Sistema Único da Saúde (SUS), a taxa cai para 1,5 leitos/1.000, tendo em vista as 4.677 unidades disponíveis para essa rede.