22/08/2023
Política

Falta de atendimento a idoso revolta moradora do Residencial Virmond

Da redação – Uma moradora do Residencial Virmond, área nobre da cidade, encaminhou cópia de correspondência enviada à Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde na tarde desta sexta-feira (30). O teor do documento mostra a revolta de Daniela Gardin com a demora de um ambulância chamada para socorrer um senhor idoso que sofreu um mal súbito e e caiu em frente a sua casa e bateu com a cabeça no meio-fio. O impacto da queda, de acordo com Daniela, provocou corte na cabeça da vítima.

Preocupada com o estado do senhor, Daniela ligou para o número 192 e pediu uma ambulância. a chamada foi repetida por uma de suas vizinhas e de novo por ela, sem que a ambulância chegasse. A demora fez com que a vítima se levantasse e fosse embora, apesar de estar com confusão mental.

"Liguei novamente e perguntei quantas ambulâncias o município possui. Me disseram que são apenas três e que todas estavam ocupadas", diz a guarapuavana.

"Três! Três ambulâncias para uma população de mais de 160.000 habitantes ´ minha gente´! O que isso nos leva a pensar?! Só me resta concluir que a população guarapuavana está também abandonada quanto aos serviços de atendimento de emergência.

E me pergunto: Será que se a prefeitura deixasse de gastar com a publicidade dos “200 anos” – só para citar um exemplo – não teríamos mais recursos para destinar à população mais algumas ambulâncias?! Talvez sim não é?

Agora me pergunto de novo: se este senhor mais uma vez sofrer uma queda (o que é bem possível, pois ele ainda não estava bem) e falecer na rua, por falta de um atendimento anterior, a quem a família dele poderá recorrer? Por último agora só me restou a preocupação por ele, a pena da população guarapuavana e a revolta como cidadã", afirma.

Leia a carta encaminhada à Prefeitura, já que o pfrefeito Fernando Ribas Carli não nomeou o Ouvidor do município:

"Encaminho na íntegra, texto repassado à ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde, sobre um fato ocorrido há pouco em meu bairro: Senhor(a) Ouvidor(a) do Município de Guarapuava Guarapuava, 30 de abril de 2010. É um dever do ser humano ser solidário com seu próximo em uma situação de emergência, mas quando esse dever é compartilhado com os serviços públicos, acredito que essa “solidariedade” passe a ser uma obrigação deste último, e ainda, além disso, uma RESPONSABILIDADE.

Há pouco mais de duas horas, em torno das 13h30, um senhor idoso passou mal em frente à minha residência e desmaiou, batendo a cabeça no meio-fio, o que lhe ocasionou um corte atrás da cabeça. Imediatamente eu e meus vizinhos tentamos socorrê-lo e no mesmo minuto minha vizinha ligou para o número 192 para que uma ambulância pudesse vir atendê-lo.

Registre-se que moro no Residencial Virmond, a poucos metros do Bairro Trianon, local de onde as ambulâncias são destacadas, ou seja, devido à proximidade acreditamos que em pouquíssimos minutos aquele senhor seria prontamente atendido. Passados 10 minutos, ainda sangrando e urinado (devido ao mal estar que sentiu, acredito eu) o senhor começou a balbuciar algumas palavras, perguntamos seu nome e se havia alguém que pudéssemos ligar para vir acompanhá-lo. Ainda confuso ele disse que não havia ninguém para ligar. Ofereci uma cadeira e um lugar à sombra até que a ambulância chegasse. Aguardamos então o socorro da ambulância, pois estávamos preocupados com seu estado e sua confusão mental, já que disse que ainda estava tonto e não podia levantar. Então sentado no meio-fio e conosco em sua volta ficamos aguardando o socorro chegar. Pela demora, já mais de 10 minutos, voltei a ligar para o 192, no qual a atendente me disse, rispidamente inclusive, que “já havia um chamado e que a ambulância havia saído e logo chegaria”. Passados mais alguns minutos e já aparentemente irritado (creio eu que com seu estado e com o sangue lhe escorrendo pelo pescoço) o senhor começou a dizer que iria embora. Tentamos convencê-lo a aguardar mais um pouco, já que o socorro deveria logo chegar, mas depois de mais alguns infindáveis minutos para nós, ele – um senhor idoso, confuso e provavelmente com sua cabeça lhe doendo muito – obviamente começou a se irritar ainda mais. Resultado: não pudemos segurá-lo e ele foi embora caminhando humildemente e SEM O SOCORRO PÚBLICO PRESTADO QUE LHE ERA DIREITO. Com isso, resolvi ligar novamente ao 192 para avisá-los que se não se apressassem poderia ocorrer algo pior para aquele senhor. Para a mesma funcionária deixei claro minha revolta pela demora no atendimento e disse que “a RESPONSABILIDADE agora ERA do MUNICÍPIO pela ausência do socorro breve”. Ao que ela me respondeu: – Reclamar do quê minha senhora? A ambulância demorou apenas 15 minutos para chegar! Eu perguntei quantas ambulâncias a Emergência possui e ela respondeu três e que as três estavam em atendimento naquele momento, ou seja… cheguei à conclusão que o atendimento, mesmo que aquele senhor morresse ali… não chegaria em tão “poucos” minutos mesmo. E pedi um telefone ou contato para deixar registrada a minha reclamação, mas ela não me disse. Então falei que tentaria a Ouvidoria da Prefeitura.

Agora pensemos: Três! Três ambulâncias para uma população de mais de 160.000 habitantes ´minha gente´! O que isso nos leva a pensar?! Só me resta concluir que a população guarapuavana está também abandonada quanto aos serviços de atendimento de emergência. E me pergunto: Será que se a prefeitura deixasse de gastar com a publicidade dos “200 anos” – só para citar um exemplo – não teríamos mais recursos para destinar à população mais algumas ambulâncias?! Talvez sim não é? Agora me pergunto de novo: se este senhor mais uma vez sofrer uma queda (o que é bem possível, pois ele ainda não estava bem) e falecer na rua, por falta de um atendimento anterior, a quem a família dele poderá recorrer? Por último agora só me restou a preocupação por ele, a pena da população guarapuavana e a revolta como cidadã. Daniela Gardin, Guarapuavana e moradora do Residencial Virmond

Cristina Esteche

Jornalista

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