Em breve a Cadeia Pública de Guarapuava será transferida para uma área anexa ao Centro de Regime Semi-Aberto de Guarapuava (CRAG). O anúncio foi feito pela governadora Cida Borghetti e confirmado pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Júlio Reis, com exclusividade ao Portal RSN.
De acordo como secretário, a Casa de Acolhida terá capacidade para 500 presos que ainda não tenham sido sentenciados. “Só estamos vendo os trâmites burocráticos para o início da obra”, disse o secretário. Ele esteve na cidade na noite dessa quarta feira (25), acompanhando a governadora Cida Borghetti.
Para tratar deste assunto, estiveram em Curitiba na última segunda (23), o prefeito Cesar Silvestri Filho (PPS), o delegado chefe da 14ª Subdivisão Policial (SDP), Rubens Miranda Junior e o secretário municipal de Habitação e Urbanismo, Flavio Alexandre. Eles se reuniram com o secretário de segurança do Estado, Júlio Reis. “Batemos o martelo na área e agora estamos tratando da transferência da área para o Estado”, disse Flavio Alexandre. Segundo ele, a obra será concluída em quatro meses.
De acordo com o delegado, a cadeia está hoje com cerca de 380 presos, insistindo na superlotação. Prestes a “explodir” a qualquer momento, a cadeia convive com frequentes tentativas e fugas, colocando em risco a segurança de policiais, agentes carcerários e dos moradores do entorno da delegacia.
“Vivemos com o medo de fugas porque quando isso acontece os fugitivos se escondem em nossas casas. Há tiros que podem atingir qualquer um de nós”, disse a costureira Lidia Terezinha Moreira, que mora perto da cadeia.
Segundo Rubens Miranda, uma vez que a cadeia seja retirada do prédio da Delegacia de Polícia, a ideia é restaurar as instalações onde funciona a carceragem e transformá-la num centro de treinamento policial. “Também vamos aguardar a implantação da Delegacia Cidadã”, um novo modelo funcional, com apenas uma cela pequena, para custódia provisória de presos, enquanto for necessário colher os depoimentos para o inquérito policial.
A transferência da cadeia é uma demanda dos deputados Artagão Júnior, Bernardo Carli e Cristina Silvestri.
DEFICIÊNCIA
A falta de policiais para as mais diversas áreas da Polícia Civil continua afetando a 14ª SDP. Segundo o delegado-chefe, Rubens Miranda Júnior, a estrutura funcional conta apenas com cerca de nove investigadores quando a demanda exige um mínimo de 20. São cerca de 25 investigadores quando seriam necessários 40. Apenas três delegados e uma delegada da Mulher cuidam da subdivisão e dobram o expediente. Seriam necessários mais três, pelo menos, para haver o revezamento de plantões.
Neste ano o então governador Beto Richa anunciou a abertura de edital para o concurso de 100 escrivães para o Estado inteiro.