22/08/2023
Cotidiano

No Dia do Trabalhador, situações do país e de Guarapuava contrastam

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Da redação – Depois de uma grande crise financeira, iniciada nos Estados Unidos em 2008, a economia brasileira, assim como as dos demais de países emergentes, apresenta sinais da retomada do crescimento econômico, influenciando também o processo produtivo e elevando as taxas de geração de emprego.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realiza a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), no conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre), as taxas de desocupação de março – tanto na média das seis regiões metropolitanas investigadas quanto em cada uma delas – foram as menores para este mês em toda a nova série da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, iniciada no ano de 2002.

As taxas de desocupação da mão-de-obra, no mês de março, nas Regiões Metropolitanas de Recife (8,1%), Salvador (11,3%), Belo Horizonte (6,3%), Rio de Janeiro (6,4%), São Paulo (8,2%) e Porto Alegre (5,9%) evidenciaram isoladamente e em conjunto uma média histórica, correspondente a 7,6%.

Em março de 2010, de acordo com o IBGE, a população ocupada (cerca de 21,7 milhões) no total das seis regiões investigadas manteve-se estável perante fevereiro e cresceu 3,8% no ano, implicando na criação de mais 796 mil postos de trabalho no período. A área da construção civil foi à grande responsável pelo referido desempenho do emprego, sendo que em relação a março de 2009, o setor ampliou em 10,6% o número de postos de trabalho.

“Nota-se, portanto, um quadro de otimismo no mercado de trabalho brasileiro, influenciado por fatores externos e internos. Como fator externo tem-se a retomada do crescimento econômico mundial, em especial das economias emergentes, interrompida pela crise financeira estadunidense”, analisa o economista Amarildo Hersen, professor da Unicentro e mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio.

“No cenário interno, políticas públicas, de caráter tributário, como a isenção/redução de impostos indiretos contribuindo para o aquecimento de determinados setores e conseqüente melhoramento dos números do emprego no país”, complementa.

Carteira assinada

Outros dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, pela primeira vez em 16 anos, metade dos trabalhadores das metrópoles do País tem a carteira assinada pelas empresas do setor privado. A fatia de contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) atingiu 50,3% do total de ocupados em janeiro e 50,7% em fevereiro, conforme o IBGE. A informalidade nas metrópoles está em um de seus níveis mais baixos: 36,7% dos ocupados (18,1% trabalham sem carteira assinada e 18,6% por conta própria). Em fevereiro, os empresários respondiam por 4,5% do total, militares e funcionários públicos por 7,5%.

É a primeira vez que o setor privado emprega com registro metade dos trabalhadores das grandes cidades desde março de 1994, quando a abertura da economia, o câmbio valorizado, e a expansão dos serviços fechavam vagas nas indústrias. Para analistas, a previsão é de alta comparado aos 49,3% de vagas formais de março de 2009. A tendência de avanço da fatia de trabalhadores com carteira é consistente. Em março de 2004, respondia por 43,9% dos ocupados, saltou para 45,7% em março de 2006, 48,3% em março de 2008.

Guarapuava

Enquanto o Brasil experimenta um bom momento econômico no que diz respeito a geração de empregos, a situação em Guarapuava é bem diferente. De acordo com os últimos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referentes ao mês de março, Guarapuava novamente ficou no vermelho na geração de empregos, apresentando um saldo geral negativo de – 63 – na industria o saldo foi de – 164. A cidade terminou o mês ocupando a 50ª posição no Estado entre os 53 municípios pesquisados.

Guarapuava ficou a frente apenas de Medianeira, Campo Mourão e Jacarezinho. Entre as cidades com melhor desempenho que Guarapuava ficaram, por exemplo, Marechal Cândido Rondon, Castro, Irati, Dois Vizinhos, Laranjeiras do Sul, Pitanga, Prudentópolis – todas com população menor.

Foto: a construção civil é uma das maiores responsáveis pela geração de emprego no Brasil (divulgação)

Cristina Esteche

Jornalista

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