22/08/2023
Região Segurança

Acidente na BR-373, em Candói, terá reconstituição

Segundo advogada, a ação deve ser realizada após a coleta de todos os depoimentos de testemunhas

Candói dia 5

A colisão frontal entre um veículo VW Santana e um ônibus, na BR-373, em Candói, na madrugada do último sábado (5), passará por uma reconstituição. As informações foram repassadas com exclusividade ao Portal RSN pela advogada Ana Quadros, que acompanha o caso junto ao seu cliente Luiz Carlos Alves da Silva, motorista do terceiro veículo envolvido na colisão. Luiz se apresentou voluntariamente no início da tarde dessa segunda feira (7), à 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava (SDP).

O acidente gravíssimo deixou 9 mortos e mais de 30 feridos. Luiz Carlos era o condutor do GM Chevette, terceiro veículo envolvido na colisão. De acordo com informações da advogada Ana, em depoimento à Amanda Ribeiro, da 14ª SDP, Luiz relatou as circunstâncias e esclareceu alguns pontos sobre o fato.

Para elucidar a colisão, o acidente será reconstituído (Foto: PRF/Ascom)

Luiz reside na cidade de Foz do Jordão, tem 35 anos e trabalha como frentista no município. Em seu depoimento, relatou que na noite do último sábado (5), decidiu ir até o município de Candói, há cerca de 45 Km. Antes de deixar a cidade, encontrou Marcelo de Oliveira Brasil, de 22 anos, e Adilson de Oliveira Quirino, de 21, motorista e passageiro do VW Santana, que morreram na colisão. No encontro, os informou que estava indo para Candói e ambos decidiram acompanha-lo, com o próprio automóvel.

No caminho, Luiz relatou que avistou quando Marcelo acionou o sinal de ultrapassagem. Segundo ele, o veículo VW Santana, quando já estava à sua frente depois de concluir o procedimento, invadiu a pista contrária por duas vezes. Foi exatamente no segundo deslocamento que o automóvel chocou-se com o ônibus, que deslocava-se com 40 passageiros da capital do Estado, em direção à cidade de Realeza, no sudoeste.

Na colisão, segundo informações da advogada Ana Quadros, o para-brisa do carro de Luiz foi atingido e um pneu do veículo furou. Somente a cerca de 700 metros do local da colisão, Luiz conseguiu parar. Segundo relatos do depoimento, Luiz permaneceu no local por cerca de 30 minutos, momento em que prestou atendimento à alguns envolvidos.

“Luiz não evadiu-se do local imediatamente. Ele ajudou alguns feridos, recorda-se de entregar sua blusa à um menino de aproximadamente 7 anos e contribuir na saída de alguns passageiros que ainda permaneciam dentro do ônibus. Depois disso, quando a movimentação das equipes de atendimento iniciaram, Luiz desesperou-se. Ao ver seus amigos mortos ficou ainda mais nervoso. Nesse momento, por inocência e pavor, deixou o local”.

Segundo Ana, Luiz deslocou-se a pé até sua casa, em Foz do Jordão. Segundo ele, Marcelo, que conduzia o Santana, não aparentava estar sob efeito de álcool.

A partir de sua apresentação voluntária à 14 SDP, em Guarapuava, e do esclarecimento de pontos importantes sobre o fato, o processo de investigação deve seguir com a coleta do depoimento de todas as testemunhas, inclusive dos passageiros do ônibus. Após esse procedimento, o acidente deve passar por uma reconstituição. De acordo com a advogada, a previsão é que o processo ocorra dentro de quatro meses.

Cristina Esteche

Jornalista

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