Servidores e funcionários públicos da Prefeitura de Guarapuava tomaram parte do calçadão da Praça 9 de Dezembro na manhã desta quarta feira (16) para pressionar a administração municipal a tomar uma decisão sobre a série de reivindicações feitas pela categoria. A manifestação deve se estender a uma caminhada, onde os servidores e funcionários pretendem realizar uma concentração em frente ao Paço Municipal. O movimento é liderado pelo Sindicato dos Servidores Públicos e Profissionais de Guarapuava (Sisppmug). Uma assembleia, prevista para ocorrer no final da tarde de hoje, definirá se a paralisação dos servidores continua nos próximos dias.
De acordo com Cristiane Wainer, presidente do Sisppmug, ainda não há informações sobre quantas unidades ligadas a administração foram afetadas completamente pela paralisação. Até o fechamento desta matéria (9h40), apenas a Escola Municipal Capitão Wagner informou que suspendeu completamente as atividades do dia. Se reuniram no calçadão funcionários e servidores ligados às unidades de saúde municipais, escolas e outras repartições, como a Fundação Proteger e a Secretaria de Assistência Social.
No calçadão, Cristiane falou à população, através de uma caixa de som, das reivindicações da categoria, entre elas, negociação da data-base. Os profissionais pedem ao município que o reajuste salarial seja feito acima da inflação. Porém, de acordo com o Sisppmug, a prefeitura só estaria disposta a negociar através do índice da inflação medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que fecharia o acordo em uma faixa de 2,7%. As articulações para a data-base começaram em meados de abril deste ano.
“Nós estamos com desfalque de 90 servidoras na limpeza. Nossas servidoras estão tendo que fazer hora extra, enquanto trabalham por três. Nós queremos que o município reabra concurso para este cargo ou oficialize a contratação de uma empresa para o trabalho”. A empresa que Cristiane se refere diz respeito à determinação de uma lei sancionada em setembro do ano passado pelo prefeito Cesar Silvestri Filho, que parou de permitir novos concursos para contratação de serventes no município. Desde então, só empresas terceirizadas prestariam o serviço, porém, até o momento, o edital para que estas empresas concorram ao serviço ainda não foi disponibilizado.
Atualmente, o sindicato atende cerca de 4000 servidores municipais. O reajuste que a categoria solicita agora beneficiará metade do quadro, já que a outra metade, da educação, foi contemplada por um reajuste no início deste ano.
“É importante que nossa categoria se una e entenda que esta é uma luta pelo bem de todos”, pontua Cristiane.
OUTRAS DEMANDAS
A liberação de vale-alimentação para os servidores também é uma demanda que, segundo Cristiane, o sindicato solicita para a administração há pelo menos três anos.
“Agora nós queremos um posicionamento do prefeito. Entendemos que é necessário ele participar desta negociação de forma presente”.
RESPOSTA DA PREFEITURA
Em nota, no final da tarde de ontem (15), a Prefeitura de Guarapuava se manifestou publicamente pela primeira vez desde que o caso veio à tona, na semana passada, quando o Sisppmug optou, em assembleia, pela paralisação desta quarta.
No comunicado, a prefeitura informou que, com base em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), as faltas desta quarta (16) serão registradas e descontadas do salário dos servidores que se ausentarem de suas atividades.
Para Cristiane, a atitude é considerada injusta, uma vez que a prefeitura anunciou o desconto do dia de trabalho antes mesmo de negociar com a categoria sobre as demandas após o anúncio da greve.