22/08/2023
Política

Manifestação da OAB Paraná repercute na Câmara dos Deputados

Da redação – O manifesto da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná contra a impunidade e a corrupção, publicado na última terça-feira (4), foi lido no plenário da Câmara dos Deputados pelo deputado federal Marcelo Almeida (PMDB). Logo após a aprovação do texto principal do projeto de lei “Ficha Limpa”, Almeida discursou em defesa do movimento, destacando que a depuração do processo político-eleitoral deve atingir todos os níveis do Poder Público, inclusive a Assembléia Legislativa do Paraná.

Em seguida, o deputado Marcelo Almeida leu o manifesto:
Hoje, existem dois Paranás. Um é exemplo de riqueza e modernidade, que acorda cedo para trabalhar. Enquanto outro vive no submundo da corrupção, dos empregos fantasmas da Assembléia. Há um Paraná que exige respeito e reconhecimento da sua importância perante o País. E um Paraná que prefere ficar às sombras. Afinal, que Paraná queremos? Um Paraná de silêncio e que acoberta os erros dos poderosos? Ou um Paraná que não tem medo de enfrentá-los? A OAB Paraná quer convidar você a fazer parte de um movimento. Um movimento contra a impunidade e a corrupção. Pelo resgate do real papel da política, da ética e da democracia em nossas vidas, cobrando, debatendo e não deixando que esta história dos Diários Secretos da Assembléia Legislativa seja colocada para debaixo do tapete. Um movimento de valorização de um Paraná justo, honesto e à altura de todos os paranaenses, como você. Vamos fazer juntos este Paraná?”

Autocrítica – Além de declarar apoio ao movimento, Almeida manifestou sua preocupação com a forma com que a Câmara dos Deputados está votando matérias importantes para o Brasil, como o fim do fator previdenciário. “Votei contra o fim do fator previdenciário. O rombo da Previdência já é de R$ 15 bilhões e passará para mais de R$ 60 bilhões. Isso porque a Câmara está votando sob pressão da platéia e não de forma técnica e coerente”, afirmou.
Almeida citou o escritor Cláudio Moura Castro, em “Crônicas de Uma Educação Vacilante”, dizendo que “os intelectuais e os formadores de opinião têm a obrigação moral de dizer o que pensam, não o que traz os aplausos fáceis da platéia”. Para o deputado, é contraditório a Câmara comemorar a aprovação do “Ficha Limpa”, um projeto que não nasceu dentro do Parlamento, se a Casa não teve a capacidade de promover as reformas políticas e previdenciária, por exemplo. “Precisamos nos preocupar mais com a próxima geração e não com a próxima eleição. Muitas coisas que estamos aprovando aqui podem colocar nosso País em risco nos próximos anos”, concluiu.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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