A Cooperativa Agropecuária Mista Guarapuava (Coamig), que reúne 500 produtores de leite da região, está com suas atividades suspensas. A paralisação ocorre desde o início da greve nacional dos caminhoneiros, na última segunda feira (21). A cada dia sem produção, cerca de 100 mil litros de leites deixam de ser coletados pela cooperativa.
De acordo com Luiz Arthur Silvestri, gerente de leite da Coamig, a paralisação dos serviços na indústria ocorreu assim que a Cooperativa teve ciência da greve nacional.
“Considerando que trabalhamos com um produto perecível, que é o leite, temos ciência que perderíamos muito em qualidade a partir da coleta do produto, em meio a paralisação dos caminhoneiros. Então, paramos imediatamente de coletar e providenciamos a entrega de nosso estoque para crianças de um projeto que acolhemos”.
Segundo o gerente de leite, a Cooperativa conta atualmente com produtores de leite de 22 municípios da região. Mesmo considerando que as interdições da greve preveem a liberação de caminhões com materiais perecíveis, os produtores e cooperativas sentem os desdobramentos em outro aspecto.
“Sabemos que caminhões carregados de leite estão passando, mas quando o caminhão vem vazio, não é liberado. Além disso, mesmo que ele consiga chegar até nossa cooperativa, daqui da Coamig, temos que transportar o leite até outros municípios e Estados, como Ponta Grossa e São Paulo. A solução mais viável é realmente paralisar”.
De acordo com Luiz, considerando que a greve chegou hoje (23) ao seu 3º dia consecutivo, e que não há perspectiva de suspensão, o cenário é crítico.
SINDICATO
Na tarde desta quarta feira, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Paraná (SINDILEITE-PR), ao qual a Cooperativa de Guarapuava é filiada, emitiu uma nota manifestando preocupação com relação a paralisação da classe dos caminhoneiros no Paraná. A nota reitera o prejuízo direto as agroindústrias de laticínios e declara que milhares de produtores estão jogando seus produtos fora por não possuírem formas de armazenar.
A nota reforça o anúncio de paralisação de Cooperativas no Estado, que assim como a Coamig, suspenderam suas atividades por não receberem o produtor in natura para industrializar, não possuírem estoques de insumos básicos como embalagens, e por excesso de estoque de produtos armazenados.
O Sindicato, por meio da nota, exige que o Governo Federal viabilize uma solução, considerando o desabastecimento do mercado.