Uma nova pesquisa realizada pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), mostra que em maio, após a greve dos caminhoneiros, a cesta básica de alimentos teve alta de 5,04%, em relação a abril, neutralizando a tendência de queda que vinha sendo observada desde março de 2018. Composta de 13 itens incluindo cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo o valor pago pela cesta foi de R$ 291,83.
Isso significa que o trabalhador guarapuavano precisou de 67,30 horas de trabalho para sustentar a Cesta Básica, a qual consumiu 30,59% do salário mínimo. Luci Nychai, do Departamento de Economia, ressaltou que o salário médio praticado em Guarapuava, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), é de R$ 2.121,40, ficando 35,14% abaixo do salário necessário. Em maio deste ano, o valor do salário mínimo necessário para fazer frente às necessidades de gastos com mensais de vestuário, despesas pessoais, educação, transporte, habitação, comunicação, saúde, cuidados pessoais e artigos de residência, é de R$ 2.866,79.
Ainda de acordo com Luci Nychai, esse aumento da cesta básica, foi provado pela greve de 10 dias do transporte rodoviário de carga, que provocou desabastecimento e, consequentemente, aumento dos preços, somado aos fatores climáticos e da sazonalidade decorrente da entrada do inverno.
ACÚMULO
No acumulado do ano a inflação de Guarapuava medida pela categoria de alimentos é de 0,72%. No mês de maio, a inflação da categoria de alimentos de Guarapuava ficou em 0,60% acima da inflação de alimentos do Brasil estimada pelo IPCA/IBGE para Curitiba de 0,57% e para o Brasil de 0,32%, para o mesmo mês. Contudo de acordo com a economista Luci Nychai o IBGE não coletou os preços no período da greve em virtude do desabastecimento, o que influenciou na subestimação do IPCA/IBGE.
Pedro de Ferst Ré, do curso de Economia, responsável pela coleta de preço, informou que no caso de Guarapuava, as coletas de preços foram realizadas antes, durante e depois da greve, possibilitando uma estimação mais realista do preços que compõem a cesta básica de Guarapuava. Antes da greve, o seu valor era de R$ 265,85 e durante a greve subiu para R$ 293,57. Depois da greve, o valor ficou em R$ 291,83.
Segundo Pedro Ferst de Ré, os produtos “vilões” do aumento foram a carne (10,85%), o leite (10,85%), os hortifrútis como a batata (65,35%), o tomate (44,98%) e a banana (13,96%). O aumento de preços se difundiu por 63% dos preços dos produtos que compõe a C\esta Básica de Alimentos de Guarapuava no mês maio.