22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Violência contra idosos: em Guarapuava, maioria das vítimas são mulheres

Números exatos não são revelados, porém, especialistas alertam sobre o cenário da violência

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Relatórios da Secretaria de Assistência Social de Guarapuava e, também, de outros órgãos de defesa do direito da pessoa idosa indicam que, no terceiro planalto, a maioria das vítimas são as mulheres. Apesar de os números exatos sobre os índices deste tipo de violência no município não serem revelados publicamente, há uma preocupação urgente das autoridades em trabalhar a conscientização da comunidade sobre o tema. Atualmente, Guarapuava conta com cerca de 20 mil idosos. Destes, apenas 10% participam de algum tipo de grupo de apoio.

De acordo com Maria Regina Vargas, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, a violência contra este público pode ocorrer de diversas maneiras, por isso, muitas vezes, é difícil identificar alguns casos. A falta de denúncias por parte das vítimas ou de pessoas que presenciam casos como estes também dificultam a identificação da violência, que podem se estender entre física, psicológica, sexual, negligência, abandono, além da violência econômico-financeira e patrimonial, autoinfligida e autonegligência.

“Aqui em Guarapuava, a mulher idosa é a que mais sofre violência, mas em contrapartida, é a que é mais bem acolhida”, explica Maria.

Para trabalhar o tema frente a sociedade, o Conselho Municipal realiza diversas atividades consultivas e, também, de fiscalização. Uma dessas atividades, com cunho de conscientização, ocorreu na semana passada, quando entidades e organizações da sociedade civil participaram, em Guarapuava, de uma capacitação sobre os tipos de violência e os encaminhamentos possíveis para estas situações.

“Nós temos o intuito de mudar a percepção que as pessoas tem da pessoa idosa. Nosso objetivo é garantir espaço, em todos os espaços, para este público”.

Atualmente, algumas leis atendem os idosos, como a 8842/94, que tem como objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

“No caso das mulheres idosas, outra lei que pode ampará-las é a lei Maria da Penha. Mas para que essas leis ajudem efetivamente é necessário que as pessoas denunciem”, lembrou a assistente social e especialista em Seguridade Social e Regulação do SUS, Silvana Carneiro da Silva, durante palestra no evento promovido pelo Conselho Municipal.

No último dia 15, as entidades também debateram a instituição do Junho Violeta, mês que funcionará como o Outubro Rosa e Novembro Azul, trabalhando a conscientização dos cuidados com a pessoa idosa.

“Algumas pessoas questionaram até o porquê do violeta, já que não é só violência física que estamos debatendo. Mas optamos por essa cor já que muitas vezes o machucado fica lá dentro, e dói bem mais”.

DENÚNCIAS

Denúncias, anônimas ou nominais, podem ser feitas nos números *100, *181 ou pelo fone 0800 41 0001.

Cristina Esteche

Jornalista

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