Criança vive em estado vegetativo após ser medicada em unidade de saúde, em Guarapuava

*Matéria atualizada às 10h18 para inclusão de informação no último parágrafo.

Unidade de Saúde do bairro Primavera (Foto: Divulgação)

Os casos das mortes de duas meninas nesta semana em Guarapuava trouxe à tona um fato anterior, também ocorrido numa das unidades de saúde em Guarapuava. O menino Gabriel, três anos de idade, estava com resfriado e tosse. Sua mãe, Noelvis Terezinha de Oliveira, buscou atendimento médico na Unidade de Saúde do bairro Primavera. Segundo ela, seu filho foi diagnosticado com bronquite asmática e o médico prescreveu o medicamento que foi colocado no soro.

“Meu filho chorava muito e eu tentava acalmá-lo. De repente ele começou a vomitar e a ter convulsões. Chamei a enfermeira e ela disse que era normal porque estava havendo rejeição ao remédio e mesmo assim não suspendeu a medicação”, disse Noelvis ao Portal RSN. “De repente, quando vi, o Gabriel estava sem pulso e tendo uma parada cardíaca”.

De acordo com a mãe do menino, a enfermeira “saiu correndo” com a criança e após ter sido reanimada, foi levada pelo Samu à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Santa Tereza, onde permaneceu internado durante 25 dias. “Disseram que foi aplicada uma superdose de sulfato de magnésio. Foram 15 miligramas”, disse a mãe. De acordo com a família, em contato com esta reportagem, houve o erro numa vírgula da prescrição, já que a dose seria de 1,5 miligramas, prescrita por um médico experiente. O nome dele, no entanto, não foi revelado pela secretaria.

Segundo a família, o estado de saúde de Gabriel hoje é grave pelos danos neurológicos causados. A criança encontra-se em estado vegetativo e se alimenta por sonda. O casal e o filho vivem numa casa simples na Vila Mariana, no Alto Cascavel. Noelvis era diarista numa panificadora e Adenilson trabalhava com serviços gerais. Os dois pararam de trabalhar para poderem cuidar do filho. “O Gabriel precisa de tratamento para ser reabilitado”.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Celso Góes, o município está prestando atendimento ao casal como cidadãos e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A família está sendo atendida pelo programa Melhor em Casa. “A criança está sendo atendida por todos os programas para sua reabilitação”.

CAMPANHA

O casal Noelvis e Adenilson precisam de doações. Gabriel necessita de um colchão próprio para cama hospitalar, além de fraldas do tamanho XXE, vasilha e equipo para sonda, lençóis, fronhas. “A gente tem, mas é pouco e agora tudo precisa ser esterilizado e trocado diariamente”, disse a mãe que descobriu estar grávida de três meses.

Como o casal está sem trabalhar, os pais de Gabriel também precisam da doações de alimentos. Qualquer ajuda pode ser levada na casa da família, na rua Estanislava Gelinski, antiga rua Antonio Gonçalves da Rosa, número 722, no Alto Cascavel, perto do Jardim Patrícia, em Guarapuava.