O professor Claudio Andrade (MDB) desistiu de concorrer a uma das vagas na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Seu nome vinha sendo postulado no cenário político de Guarapuava, numa possível dobradinha com o advogado João Nieckars, pré-candidato a deputado federal pelo mesmo partido. Andrade deveria ter se desincompatibilizado da função e professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) até 4 de julho, três meses antes das eleições deste ano, o que não aconteceu.
De acordo com o professor, essa decisão foi fruto de uma reflexão que envolveu a avaliação de uma pesquisa realizada; uma disputa mais acirrada entre os pré-candidatos e a seletividade da legislação eleitoral em vigor.
Resultado de longa reflexão, assumi em definitivo a opção por continuar um cidadão vivo e não migrar para o lugar comum de cadáver político. É assim que declino de ir para o front no mundo real da política formal e fazer minha própria trincheira.
Na avaliação do professor, no Brasil, “tudo virou uma exceção”. “Não é mais possível jogar com as atuais regras políticas. Só se joga estando no sistema e entrando no sistema corre-se o risco da incompreensão de muitos e de um nivelamento por baixo, parecendo ser uma corrosão do caráter.”
Para Claudio Andrade, a reforma eleitoral privilegiou aqueles que “já estão contaminados”.
“Uma parte do eleitorado mais consciente pode até buscar candidaturas alternativas, mas ainda assim será insuficiente para uma mudança visível a curto prazo, pois estas terão pouquíssimas chances de sucesso eleitoral”.