22/08/2023


Guarapuava Saúde

Guarapuava terá adesivo para tratamento de Alzheimer disponível pelo SUS

Medicamento deve chegar ao terceiro planalto em agosto. Segundo a AEPAPA, Guarapuava tem, aproximadamente, 700 idosos com a doença

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Adesivo oferece menor impacto sobre o sistema gastrointestinal (Foto: Divulgação)

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilizou uma nova ferramenta para tratamento do Alzheimer. A partir de agora, pacientes da rede pública terão acesso ao remédio rivastigmina, em forma de adesivo transdérmico. Atualmente, o medicamento é oferecido em comprimido e solução oral. No Paraná, segundo informações da 5ª Regional de Saúde, o Estado já iniciou o processo de distribuição do medicamento entre as repartições estaduais. Em Guarapuava, a previsão para disponibilidade do adesivo médico é já para o mês de agosto.

Do ponto de vista clínico, a principal mudança oferecida por meio do adesivo transdérmico será o bem estar dos pacientes na absorção do medicamento. Conforme relata Etiene Rabel Corso, integrante da equipe de serviço social da Associação de Estudos, Pesquisa e Auxílio aos Portadores de Alzheimer (AEPAPA) de Guarapuava, o adesivo possui vantagens como menor impacto sobre o sistema gastrointestinal.

A novidade é a aplicação via transdérmica, ou seja, não passará pelo sistema digestivo. A assimilação será via corrente sanguínea, diminuindo as reações adversas como dores de estomago e incômodos intestinais, além da praticidade e garantia de que o paciente recebeu a dose diária correta do medicamento.

Em Guarapuava, a associação atende atualmente 64 famílias com pessoas idosas diagnosticadas com a doença de Alzheimer. Embora não haja números precisos de pessoas diagnosticadas com a doença no terceiro planalto, a AEPAPA, a partir de dados nacionais, aponta para um montante expressivo na cidade.

“Considerando os dados da Associação Brasileira de Alzheimer, 6% da população idosa possuí Alzheimer. Guarapuava tem uma população idosa de aproximadamente 12.000.00 pessoas, segundo dados da Secretária Municipal de Saúde, o que nos leva a crer que, em números próximos, podemos ter 700 pessoas idosas com doença de Alzheimer no município”.

Desse montante, dados da 5ª Regional de Saúde informam que apenas 210 pacientes estão cadastrados para receber a medicação específica para o Alzheimer no município. O número evidencia que muitas pessoas ainda não possuem acesso a medicação disponibilizada gratuitamente pelo SUS. Dentre os fatores que podem contribuir para a ocorrência deste baixo alcance estão o desconhecimento dos seus direitos, dificuldades de locomoção das pessoas idosas até os locais de distribuição ou isolamento social.

GUARAPUAVA

De acordo com Renata Diedrich Baitala, chefe farmacêutica da 5ª Regional de Saúde, o número de adesivos que devem ser enviados a Guarapuava depende da demanda de solicitações realizadas e aprovadas pelos pacientes diagnosticados com a doença perante a secretaria de saúde municipal ou estadual. O procedimento segue o mesmo protocolo de entrega dos demais medicamentos disponibilizados pela Farmácia do Paraná. Após a liberação do medicamento no terceiro planalto, os adesivos poderão ser retirados no posto de distribuição do SUS mais próximo da residência do paciente.

Conforme informado pela AEPAPA, em Guarapuava, já existem pacientes diagnosticados com Alzheimer que se cadastraram para retirar a rivastigmina adesivo (Exelon Patch). Para os pacientes que recebem o tratamento da doença pelo SUS, o sistema público oferece ainda, de forma gratuita, a donepezila e a galantamina.

AEPAPA

A Associação de Estudos, Pesquisas e Auxílio às pessoas com Alzheimer (AEPAPA) foi fundada em maio de 2012, com o objetivo de acompanhar pessoas idosas diagnosticadas com doença de Alzheimer, seus cuidadores e familiares.

O trabalho da associação atua na melhoria da qualidade de vida dos idosos, cuidadores e familiares, por meio de visitas domiciliares realizadas pela equipe de referência e profissionais do atendimento complementar. Dentre os funcionários que integram a AEPAPA estão nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, pedagogos e assistentes sociais.

Cristina Esteche

Jornalista

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