22/08/2023
Guarapuava Segurança

Em 25 dias, Guarapuava registra 36 ocorrências de incêndio

No terceiro planalto, casos são atendidos pelo Corpo de Bombeiros. Energisa e defesa civil emitem orientações à população

incêndio

Ocorrência do último sábado (21), em Guarapuava (Foto: Caio Budel/RSN)

A estiagem que se mantém em Guarapuava há quase 30 dias tem apresentado reflexos preocupantes na região do terceiro planalto. Na cidade, o tempo seco e as temperaturas atípicas para esse período do ano tem favorecido a ocorrência de incêndios ambientais na cidade. De acordo com a equipe do 5º Subgrupamento de Bombeiros Independente de Guarapuava (SGBI), as ocorrências dessa natureza tem sido atendidas de modo acentuado neste mês.

De acordo com dados apurados junto ao Corpo de Bombeiros de Guarapuava, desde o início de julho, 36 ocorrências de incêndio em vegetação foram atendidas pela equipe. O número equivale a 42% dos atendimentos desta natureza realizados desde o início de 2018, que soma 85 ocorrências. Somente no último sábado (21), bombeiros do 5º SGBI atenderam quatro casos de incêndio em vegetação no terceiro planalto.

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Para o aspirante à oficial do Corpo de Bombeiros, Gabriel Martins Marcondes, alguns fatores favorecem o aumento na ocorrência de incêndios neste período do ano.

O longo período de seca, somando-se às ocorrências de geadas recentemente, favorecem esse contexto porque, após a incidência de geadas, a vegetação fica ressecada. À isso, soma-se ainda a elevação de temperaturas nesses dias. Mas, além dos fatores climáticos, há também o fator humano como, por exemplo, quando pessoas jogam pontas de cigarros em locais inadequados ou acumulam lixos em terrenos baldios. Isso, porque, em caso de incêndio, os materiais de lixo aumentam a combustão.

(Foto: Caio Budel/RSN)

Uma sugestão dada pela equipe do Corpo de Bombeiros é a criação de uma faixa de segurança, para evitar que, em caso de incêndios em terrenos próximos à residências, o fogo atinja casas da região.

“Indicamos a criação de uma faixa de segurança, que é a uma faixa limpa, livre de vegetação, ao redor das cercas nas propriedades. Isso impedirá que o fogo se alastre até as casas. Nós chamamos esse procedimento de acero”, instruiu Marcondes.

ORIENTAÇÕES

Para evitar maior incidência de incêndios, a defesa civil do Paraná repassa orientações à população sobre os principais cuidados para este período de baixa umidade do ar. As dicas evidenciam ações simples como não jogar pontas de cigarros pela janela do veículo ou fumar em locais onde exista vegetação densa, não depositar nem queimar lixo em terrenos baldios, evitar o uso de isqueiros e fósforos, principalmente próximos à vegetação, não deixar garrafas ou pedaços de vidro próximo à vegetação e, ainda, não provocar incêndios sob nenhuma circunstância.

Em caso de incêndio em mata ou floresta, a orientação é que se entre em contato imediatamente com Corpo de Bombeiros pelo número 193, com a Defesa Civil, no 199 ou ainda com Polícia Militar pelo telefone 190.

IMPACTO

Frente ao cenário, a Energisa, responsável pela distribuição e energia elétrica na cidade, destaca outro fato perigoso nesse período de tempo seco. A empresa tem chamado a atenção da população sobre os perigos de queimadas em regiões próximas a redes elétricas. Os riscos são bastante altos e podem ser evitados, como explica Stevon Schettino, gerente de Operação da Energisa Sul-Sudeste.

“As queimadas próximas à rede elétrica podem provocar o desligamento de energia. Mesmo sem atingir a rede, elas podem colocar em risco o fornecimento, já que não é necessário que as chamas encostem nos cabos para provocar curtos-circuitos nas linhas de energia, pois o calor das queimadas pode provocar essas ocorrências, como o rompimentos de cabos e danos aos equipamentos”.

Ainda segundo o gerente Stevon, as queimadas tornam-se mais frequentes nas áreas urbanas, sendo comum encontrarmos fogo, por exemplo, em terrenos baldios onde, após a limpeza do local, o lixo ou entulho é queimado.

“Seja no campo ou na cidade, as pessoas devem redobrar a atenção. Orientamos o produtor rural a se informar com os órgãos responsáveis, como a Secretaria de Meio Ambiente ou Sindicato Rural de sua cidade, onde poderá obter orientações sobre técnicas que substituam a necessidade de uma queimada”, instrui o gerente.

Destaca-se ainda que as queimadas geram são só riscos à população mas, também, empobrecimento do solo, poluição, danos às redes de eletricidade e podem contribuir para a ocorrência de além de acidentes rodoviários.

A orientação é que, diante de algum registro de queimada ou identificação de foco de incêndio, a Guarda Florestal seja informada, bem como o departamento de meio ambiente e o Corpo de Bombeiros.

Cristina Esteche

Jornalista

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