22/08/2023


Região Segurança

Inquérito sobre chacina de irmãos será retomado nesta semana

Linha de investigação apura que briga por terra fica em segundo plano, enquanto vingança patrocina a rede de mortes entre duas famílias

irmaos-zanath-mortos

Três dos quatro mortos (Foto/Reprodução: Facebook)

O inquérito policial que investiga as mortes dos quatro irmão numa chacina na localidade de Faxinal dos Albinos, no Poço Grande, interior do município de Pinhão, encontra-se na delegacia de Prudentópolis. As investigações estão paradas desde o último final de semana e serão retomadas após o retorno do delegado Osmar de Albuquerque Pontes Júnior, retornar de Pernambuco. Ele foi ao Estado por causa da morte do seu pai e deverá retornar até esta quinta feira (2), segundo informações da delegacia de Pinhão. Osmar assumiu o inquérito porque o delegado titular encontra-se em férias.

A chacina envolvendo os irmãos João Maria de Macedo, 33 anos, Ademir Zanath de Macedo, 25 anos, Jair Zanath de Macedo, 27 e P.F.Z.S, de 12 anos, aconteceu na segunda feira (23), próximo a uma plantação e erva-mate, onde a família trabalhava. Eles foram executados dentro um Ford Ka. Uma equipe do Centro de Operações Especiais (COE) chegou à cidade na terça (24) para auxiliar nas investigações.

Leia também: Policia Civil volta ao local onde irmãos foram assassinados para aprofundar investigações

De acordo com informações prestadas por um dos investigadores ao Portal RSN, na tarde desta segunda (30), a causa mais provável da chacina é uma disputa antiga por terras e que nessa local, especificamente, já dura mais de 20 anos.

A mãe das vítimas, em entrevista concedida ao repórter Alcione Ribas, da TV Humaitá, confirma essa observação ao dizer que a rixa acontece há anos, dando a entender que uma família mata membros da outra, numa rede de vingança. Segunda a mulher, cujo nome não foi divulgado pelo repórter, após as mortes dos quatro filhos, só restaram ela e uma filha adolescente. A polícia acredita que as duas não tem mais condições de viverem naquele local por ser de difícil acesso. As duas mulheres, que já tinham medo de sair de casa, agora vivem apavoradas pela possibilidade de serem também assassinadas.

Mãe dos jovens que foram mortos a tiros (Foto/Reprodução: TV Humaitá)

“Eles [os criminosos] vivem rondando a nossa casa. Oito pessoas já tinham sido mortas na nossa família”, disse a mãe. De acordo com a polícia de Pinhão, uma das vítimas era um dos coordenadores do MST na região.

Entretanto, o que se presume é que o conflito fundiário já deixou de ser o elemento principal na causa das mortes. De acordo com informações de pinhãoenses, já passam de 20 óbitos nesse caso e as mortes agora já são por vingança.

Durante a última semana, uma denúncia apontou que três homens estavam escondidos numa casa no meio do mato. A polícia foi até o local informado e houve troca de tiros com os suspeitos. Ninguém foi preso.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo