O agronegócio em Guarapuava pode gerar um berçário de startups na região Centro-Oeste do Paraná. O desafio foi lançado pelo secretário de Estado da Agricultura, o engenheiro agrônomo George Hiraiwa, durante a Exposição-Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava, a Expogua. Ele é idealizador do primeiro hackathon do Brasil voltado para o agronegócio, evento que reúne pessoas empreendedoras, apaixonadas por tecnologia e sustentabilidade, para uma maratona de programação, prototipagem e colaboração.
“Na agricultura, independente se é pequena, média ou grande propriedade, o que se repisa é um agrônomo, o produtor e um programador que saem levantando problemas e apontando soluções”, explicou em entrevista ao Portal RSN.
O secretário, que disse estar “apenas de passagem pela Secretaria de Estado da Agricultura” e que deseja deixar esse legado às regiões do Paraná, se mostrou impressionado com a estrutura da Cooperativa Agrária e com a potencialidade regional.
Fiquei impressionado ao saber que 30% do malte consumido no país sai daqui. Guarapuava possui também uma produção de qualidade da batata, além de uma pecuária que se moderniza, porque a Sociedade Rural e o Sindicato Rural já estão entendendo que o mercado é quem dita o que o produtor tem que produzir.
Hiraiwa disse que Guarapuava deve se posicionar e criar um sistema de inovação tecnológica na agricultura com a união de entidades, da academia, de empresas, cooperativas, institutos de pesquisas, órgão como o Iapar, a Emater, a Embrapa, o Sebrae, o Senai e outras que possam ser partícipes na área da Tecnologia de Informação (TI).
“É o encontro das ciências agrárias com outras ciências e Guarapuava possui todos esses ativos. Também colocamos à disposição o ecossistema de Londrina, que é o primeiro do país”. O secretário lembra também que o salto tecnológico tem transformado a cadeia de valor do agronegócio, atraindo investidores e jovens empreendedores para o campo. As AgTechs, startups do agro, crescem em média 70% ao ano em um mercado que movimenta mais de R$ 15 bilhões.
“O olhar das outras pessoas da área de tecnologia está vendo o campo como uma oportunidade e no momento em que vivemos, nos últimos anos, é o agronegócio que segura o PIB [Produto Interno Bruto] nacional, além de reter o jovem no campo, levando tecnologia e provocando mudança de cultura, sem deixar de lado a sabedoria dos antigos. Precisamos empoderar esses jovens para que o campo tenha mais eficiência”.