22/08/2023


A arte expõe fragmentos de memória, em Guarapuava

Pacientes com Alzheimer participam de atividade lúdicas que visam a inclusão

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Professo Adriano (Foto: RSN)

O som clássico que sai das teclas do piano geram um clima nostálgico no ambiente. Entre as quatro paredes do casarão centenário, o Solar Ana Joaquina, hoje sediando o Centro de Artes e Criatividade Iracema tricô Ribeiro, bem no Centro de Guarapuava, expõe as mazelas de uma doença neuro-degenerativa, o Alzheimer.

Exposição (Foto: RSN)

Uma exposição de fotografias mostra um pouco do dia-a-dia de pessoas que são pais, mães, avós, bisavós, e antes de tudo, filhos. Atendidos pela Associação de Estudo Pesquisa e Auxílio a Pessoas com Alzheimer (AEPAPA), pacientes e familiares participam de projetos que visam a inclusão social.

Fotos expostas (Foto: RSN)

Quem entrar no Centro de Artes até esta sexta feira (24), das 8 às 17h30, vai ter contato com a vida – e a memória, em declínio – de 64 pacientes, diagnosticados com a doença. Embora não haja números precisos de pessoas diagnosticadas com a doença no terceiro planalto, a AEPAPA, a partir de dados nacionais, aponta para um montante expressivo na cidade, conforme relata Etiene Rabel Corso, integrante da equipe de serviço social da associação.

Dados da Associação Brasileira de Alzheimer, 6% da população idosa possui Alzheimer. Guarapuava tem uma população idosa de cerca de 12 mil pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a Associação, nesse universo, é possível que o município possua cerca de 700 portadores de Alzheimer.

Álbuns são recortes da vida (Foto: RSN)

Para recuperar um pouco da história de cada um, com o auxílio de alguém da família, os idosos tem aulas de colagens, de artesanato, que montados em quadros, colam cada pedacinho da história individual e da família. Nos quadros pendurados nas paredes, é possível perceber traços mais sutis, outros mais densos. Nos álbuns pessoais, fragmentos de uma vida inteira, sem lapso de memória.

De acordo com a psicóloga Laurini Abilhos, da AEPAPA, os “pacientes sofrem muito com exclusão social então, a partir do momento que eles saem em outros lugares ou participam de atividades como essas, conseguem se ver muito mais ativos”.

A entrada é franca.

Cristina Esteche

Jornalista

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