22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Com doença grave, bebê de 7 meses é salva por equipe do Santa Tereza

A pequena guarapuavana foi diagnosticada com meningococcemia, doença grave causada por uma bactéria

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(Foto: Caio Budel/RSN)

Quem vê o sorriso da mãe, Sara Fernanda Schram, sequer consegue imaginar o desespero e angústia vividos por ela e pela família nos últimos 29 dias, tempo que a filha, a pequena Sophia de Abreu, de apenas sete meses, ficou internada no Hospital Santa Tereza, em Guarapuava. A criança, que vive com a mãe no bairro Vila Bela, foi diagnostica com meningococcemia, uma infecção bacteriana aguda que pode evoluir para um quadro fatal rapidamente. Hoje, quase um mês depois do diagnóstico, o sentimento é de tranquilidade sobre uma luta que, em alguns momentos, pareceu impossível de se vencer.

“Quando eu recebi o diagnóstico, fiquem sem chão, principalmente pela gravidade da doença. Um dia antes disso estourar ela estava bem boa”, lembra a mãe.

De acordo com Sara, a família percebeu que algo não estava certo com a pequena Sophia após ela apresentar um quadro de febre alta. Ela chegou a ficar com 39,5 graus. Sem ter suspeitas do que poderia ser, Sara levou a filha até a UPA.

“Ela foi medicada com dipirona e ficou em observação. Depois disso, quando abaixou um pouco a febre, ela foi liberada. Mas eu sabia que ela ainda não estava bem”.

Quando voltaram para casa, a criança passou o dia sonolenta. Segundo a mãe, em alguns momentos, a bebê gritava bastante. “Não era só choro, sabe?”, lembrou.

Sara, que é mãe de primeira viagem, foi aconselhada a todo momento pela avó de Sophia. Ainda sem ter a noção de que a pequena tinha meningococcemia, ambas chegaram a levar a bebê a uma benzedeira.

Minha mãe levou ela numa benzedeira, porque vimos uma manchinha na perna dela. Uma mancha um pouco mais escura que a pele. Levamos e depois que voltamos de lá, quando fomos trocar a roupinha, a mancha tinha tomado toda a perna dela, estava roxa. Foi questão de 20 minutos.

CORRIDA CONTRA O TEMPO

Às pressas, Sophia foi levada para o Hospital Santa Tereza. Na época, ela ainda tinha seis meses. O diagnóstico foi imediato, feito pelo médico Carlos Rogério.

“Ele percebeu na hora o que era e mandou ela direto para UTI. Quando ele internou ela, já me disse que a doença era rara e que poucas pessoas sobrevivem”.

Foram 11 dias na UTI Neonatal, 19 dias na enfermaria, sem contar o tempo que a pequena passou no isolamento. Um momento de apreensão para Sara e para toda a família.

“Eu me senti sem esperanças. Aconteceu muito rápido. Quando soube que poucas pessoas sobrevivem, achei que ela não ia conseguir”.

Mas depois da tempestade, veio a calmaria. Com poucos dias de internamento, a pequena Sophia começou a reagir aos medicamentos.

Diariamente, Sophia precisa ir ao HST para trocar os curativos (Foto: Caio Budel/RSN)

“Quando começaram a notar uma melhora no quadro dela, o tom de voz dos médicos mudou. Eles falavam com mais alegria sobre ela. Nos deu esperança. Entregamos na mão de Deus e ele salvou a Sophia”.

EQUIPE DE ATENDIMENTO

O trabalho que envolveu o caso da pequena Sophia mobilizou toda a equipe da UTI pediátrica do HST. Além do médico Carlos Rogério, a Sophia também foi atendida pelas pediatras Lisiane Stroparo, Caroline Bortolotto e Fulvia Sozim.

(Foto: Ascom)

Segundo o médico que fez o diagnóstico de Sophia, o caso dela foi possível de ser revertido, principalmente, pelo diagnóstico precoce.

“Quando ela chegou aqui, notei de cara o que era. Conseguimos interna-la a tempo e começarmos o tratamento adequado. Foi um caso raro, já que pessoas com essa doença costumam vir a óbito”.

No caso de Sophia, ela teve pequenas sequelas causadas pela doença. Em casos mais graves, alguns membros precisam ser amputados.

Carlos Rogério (Foto: Caio Budel/RSN)

“É como se a bactéria se alimentasse da pele da pessoa. Vai deteriorando. No caso da Sophia, ela ficará com pequenas marcas onde as manchas apareceram”, explica Carlos, lembrando que a doença pode atingir, também, os adultos.

“Como é uma bactéria, qualquer um pode pegar. Para prevenir, é importante que as vacinas estejam em dia”.

Cristina Esteche

Jornalista

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