O final de semana é de muito treinamento na pista improvisada nos fundos da casa do seu Oscar. São homens, mulheres e crianças que encaram o desafio de laçar um boi, de olho em futuras competições pela região afora.
Mas o que chama a atenção é que o animal é feito artesanalmente e circula em cima de uma plataforma que é puxada por uma moto. “ É a moto-vaca, uma maneira que a gente tem para treinar”, diz Edinei Fryder, enquanto arruma o laço que tem nas mãos e tenta conter o cavalo sobre o qual está montado. Segundo o peão, a moto-vaca utilizada por eles, foi feita por um artesão que mora no Jordão, mas há outras feitas de vidro, revestida de fibra e conduzida à 25 cilindradas. “A nossa é bem improvisada, mesmo”.
A família é dona da Cabanha Prejuízo, localizada na Estrada da Olaria Velha, no Vale do Jordão, onde são criados cavalos da raça Crioula. “Muitos dos nossos animais já são premiados, mas agora estamos visando as competições que existem nos CTGs”. Segundo Fryder, o desafio do laçador é saber o momento exato de arremessar o laço sobre os chifres do animal. Mas se alguém pensa que apenas a mira é o que conta, está enganado. “É preciso ter domínio também sobre o cavalo e ter conhecimento sobre o boi que é solto na pista, porque esse bicho é bardoso [tem mania]”. Para adestrar o cavalo para a prática do laço é preciso no mínimo um ano. “Aí o animal fica bom”, diz Fryder.
Os treinamentos acontecem aos finais de semana e feriados, durante cerca de seis horas consecutivas.