22/08/2023
Política

CONCURSO PÚBLICO: uma nova crise e novamente a Prefeitura se cala

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Da redação – A forma como a Administração Fernando Carli conduziu a preparação do Concurso Público na Prefeitura de Guarapuava deixou cerca de 16.000 inscritos no abandono. O concurso seria realizado neste sábado, mas foi cancelado pela Justiça por "tempo indeterminado". O Ministério Público apontou irregularidades na contratação de duas empresas, com base em denúncias do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, conforme amplamente noticiado pela "Rede Sul".
Apesar da responsabilidade que deveria ter, tanto na fase preparatória como agora, o prefeito Fernando Ribas Carli e nenhum de seus assessores fez qualquer esclarecimento aos milhares de candidatos que estão sendo lesados. 
O concurso público está sob suspeição por conter uma série de possíveis irregularidades que precisam ser averiguadas pela Justiça. Entre os problemas levantados pelo Sindicato dos Professores e Servidores Públicos Municipais de Guarapuava (Sisppmug), está a modalidade (pregão eletrônico presencial) com a qual foi contratada a principal responsável pelo concurso, a IB Requena Consultoria, e a procedência desta empresa, que tem como endereço um apartamento no centro de Curitiba, sem telefone acessível ao público. Com tantos inscritos, estima-se que a Prefeitura ou suas coligadas estejam arrecadando uma média de R$ 1 milhão, já que as inscrições variam de R$ 20,00 a R$ 100,00.
“Pesquisamos e levantamos que a empresa Requena possui um capital de R$ 3 mil e está instalada no apartamento 904 do prédio 1.517 na Rua XV de Novembro, em Curitiba. O número do telefone não é divulgado e não encontramos nenhum concurso público feito por essa empresa, apenas um teste seletivo. Isso coloca em xeque a capacidade de realização do concurso”, diz Cristtiane Wainer, do Sindicato.
Preocupação, desconfiança e evidências é o que não faltam. Exemplo de um erro gritante pode ser encontrado na ementa para o cargo de engenheiro agrônomo, onde diz que o candidato deve conhecer “(…) extrato fundiário, utilização das terras do RJ e (…) agropecuária fluminense”.
O que Guarapuava tem a ver com “extrato fundiário” e “utilização das terras” no Rio de Janeiro, ninguém sabe. Muito menos se as técnicas dos produtores rurais guarapuavanos se aplicam aos campos fluminenses. É pouco provável, porém, que os plantadores de cevada e trigo dos campos do Terceiro Planalto Paranaense consigam a mesma produtividade no interior do Rio de Janeiro – uma vez que essas culturas agrícolas são típicas do inverno rigoroso desta porção central paranaense, de difícil adaptação ao clima fluminense.
A constatação mais cabível para o descalabro contido na ementa é que os responsáveis pelas provas em Guarapuava simplesmente copiaram o edital de um concurso no Rio de Janeiro, sem ao menos atinar para a necessidade de readequar o texto.
A procura por inscrições, editais e detalhes que não são divulgados transformaram o concurso público de Guarapuava numa autêntica “caça ao tesouro”. Os inscritos, porém,  patinvam num quesito muito difícil: falta de informações.

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Cristina Esteche

Jornalista

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