22/08/2023
Cotidiano

Marcele Bittar: “Fiz tudo o que tinha vontade”

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Da redação – A top model guarapuavana Marcele Bittar falou de sua trajetória e do sucesso profissional à Revista Tripp.Marcelle Bittar
A top se garante: "Fiz tudo que tive vontade. Não vou morrer com nenhuma dúvida”

Por Millos Kaiser com fotos J. R. Duran (matéria na íntegra) 

"Musa de Mario Testino, capa de revistas mundo afora e, hoje, dona do próprio nariz, Marcelle Bittar se garante: “Não sou dessas que ficam se controlando. Fiz tudo que tive vontade. não vou morrer com nenhuma dúvida”
Marcelle Bittar explodiu para o mundo em meados de 2000, quando Mario Testino disse que ela tinha um je ne sais quois que a diferenciava do resto das modelos brasileiras. Je o que, Mario? Desculpe, mas sabemos bem o que Marcelle tem. Em bom português, é modelo, mas é gostosa. Tem um rosto de traços incisivos, que o povo da moda chamou de andrógino, mas que está mais para uma beleza universal, acima de nacionalidade ou gênero – é o que costumam chamar de um design perfeito.
A top já desfilou para Chanel, Yves Saint Laurent e Marc Jacobs; fez campanhas para Armani, Hugo Boss e Dolce & Gabbana; foi capa da Vogue norte-americana e da inglesa – mesmo assim, disse que estava “supernervosa” para o ensaio na Trip. “E os amigos do meu irmão vendo isso? Os amigos do meu namorado? Meus tios?” O jeito foi encher a cara de Maracujina – o que, pelo jeito, surtiu efeito. Durante o ensaio, trocou de roupa na frente de todos. Nas fotos, parece tranquila, quase preguiçosa, no sofá de casa, que é como gosta de estar ultimamente: “Com 17, 18 anos, era muito festeira. Estourei minha cota. Hoje, se deixarem, fico três dias trancada em casa”.
Marcelle assopra 28 velinhas este mês e já sabe o que vai desejar: paz e amor. E não estamos falando da faixa hippie e do violão que você vê nas fotos, mas da vida. Em seus últimos anos em Nova York, onde viveu nove, isso era tudo que ela não tinha. Tóquio hoje, Milão amanhã, ela de um lado, as pessoas amadas do outro. A menina de Guarapuava (PR) esqueceu quem era, entrou em depressão, teve crise do pânico. “Sentia uma dor quase física, vivia toda contraída. Fiz terapia, me tratei com antidepressivos e, mais importante, me dei o direito de mudar a rotina. Voltei para São Paulo e comecei a trabalhar menos”, revela, com o orgulho de quem deu a volta por cima. Renascimento que ela fez questão de deixar marcado na pele, tatuou a palavra nas costelas, perto dos seios.

Gatinha adotada
Dona de seu tempo, planeja abrir uma clínica de bem-estar e estética. Mora sozinha, e há seis meses tem curtido a vida de casal – jantar, filme, ir para a cama cedo – com Juca Drummond, advogado, e Shaia, uma gatinha recém-adotada. Como toda boa taurina, Marcelle nunca gostou de ficar sozinha. Antes de Juca, houve o primeiro namorado, com 18 anos, e o americano com quem morou em Nova York. Nenhum deles modelo: “Já basta eu. Não tem como dividir o espelho de casa”. E meninas, já namorou? Ela hesita por pouquíssimos segundos, o suficiente para o repórter bolar roteiros inteiros na cabeça, e responde: “Não. Hoje estou feliz com o meu namorado. Mas se amanhã quiser namorar [uma mulher] namoro sem problema nenhum”.
Quando mais nova, não escapou do clichê da modelo que se acha magra demais. Esperava ansiosa as sextas-feiras, que era quando podia ir sem uniforme para a escola e colocava duas calças para ficar mais “recheada”. Marcelle era do tipo que vivia pelos cantos, passava despercebida, até que foi capa da revista Capricho e se tornou centro das atenções. Para os padrões da moda, sua carreira começou tarde, aos 17 anos. Mas na sua opinião foi melhor assim, poupou-a de outros clichês da profissão, esses muito piores, como distúrbios alimentares e abuso de drogas. Com elas, aliás, Marcelle diz ter tido uma experiência positiva: “Sou muito curiosa. Já bebi bastante, provei drogas, me diverti muito. Não sou dessas que ficam se controlando, se julgando. Fiz tudo que tive vontade. Pelo menos, não vou morrer com nenhuma dúvida na cabeça”.

Piercing e pilates
Hoje diz-se satisfeita com o corpo. Colocou silicone nos seios há três anos e tirou o piercing que tinha em um deles. “Eu achava bem sexy, mas tirei para mudar mesmo, fechar um ciclo.” Faz pilates quando a agenda e a moleza deixam. Ama comer e come de tudo, mas evita porcarias. Confirma a fama de tímida, mas reclama de quem confunde isso com antipatia: “Dizem que tenho uma cara muito séria. Mas o que eu posso fazer? Tenho sobrancelha reta, o olho é pequeno, passo essa impressão”. Como apresentadora de TV diz que aprendeu a ser mais extrovertida – já passou pela Record do Rio e atualmente está no canal E!.
Nosso tempo de entrevista chega ao fim. Vida de modelo, sabe como é. “Mas pode colocar aí que sou muito legal, simpática, que as pessoas não precisam ter medo de mim e que eu não mordo ninguém. Se morder, pode ter certeza de que vai ser gostoso.”

Cristina Esteche

Jornalista

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