22/08/2023
Política

BLL fechou acordo com a Prefeitura de Guarapuava em 2009

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A empresa Bolsa de Licitações e Leilões (BLL), que até abril deste ano estava em nome de dois filhos do deputado Nelson Justus e de um irmão do deputado Alexandre Curi, respectivamente presidente e secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, noticiou em destaque no dia 30 de julho de 2009 a parceria firmada com o prefeito Fernando Ribas Carli. A informação foi publicada no site da própria empresa, com o título "Guarapuava iniciará pregões com sistema BLL".

A empresa foi tema de uma extensa reportagem publicada na edição desta terça-feira pelo jornal "Gazeta do Povo", revelando negócios que somam valores milionários com prefeituras, entre elas a de Guarapuava. Através do "termo de adesão", os prefeitos abrem as portas para a empresa, que até a publicação dos "Diários Secretos" estavam em nome dos parentes dos dirigentes da Assembleia Legislativa. A empresa intermedia licitações em pregões eletrônicos com empresários e recebe uma porcentagem por cada negócio fechado com as prefeituras. Estas, por sua vez, não desembolsam nenhum valor, mas o "termo de adesão", que dispensa licitação, permitiu à BLL arrecadar milhões de reais agindo como intermediária.

Ao anunciar a adesão do prefeito Fernando Ribas Carli, a BLL deu a seguinte notícia:

"O município de Guarapuava entregou o termo de adesão ao sistema de pregão eletrônico da Bolsa de Licitações e Leilões do Brasil.
 
A BLL estará realizando treinamentos no início de agosto para iniciar a utilização da plataforma ainda no mês de agosto.
 
Segundo o superintendente geral da BLL, inúmeros outros municípios do estado do Paraná estão interessados na adesão ao sistema da BLL, especialmente para modernizar as compras municipais, atendendo a legislação vigente, bem como assegurar economia e transparencia nas aquisições de bens e serviços comuns."
 
Prefeitos consultados pelo jornal "Gazeta do Povo" consideram o negócio como "normal". Os filhos do deputado Nelson Justus e o irmão do deputado Alexandre Curi, que também figuram como sócio em outra empresa do setor de pregões eletrônicos, que atuam junto à mesma BLL, sustentaram que a atividade é legal, com legislação específica.
 
Especialistas estão verificando até que ponto há tráfico de influência política. Uma constatação já é certa: a lei carece de regulamentação, exatamente para prevenir situações dessa ordem.
 
Confira o site da BLL aqui;

Cristina Esteche

Jornalista

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