Uma decisão da Justiça determinou a suspensão do pagamento dos subsídios do vereador Rudimar Vagliati, que foi afastado de suas funções por ordem judicial em 2016. De acordo com o Ministério Público (MP), na época, o agente político chegou a ter a prisão preventiva decretada em processo por peculato e falsidade ideológica. Entretanto, uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória ao réu, desde que Rudimar cumprisse diversas medidas cautelares, entre elas, a proibição de aproximar-se da Câmara Municipal.
Ainda segundo o MP, mesmo impedido de ingressar no prédio do Legislativo, o vereador seguiu recebendo subsídio, razão pela qual a Promotoria de Justiça de Cantagalo requereu cautelarmente a suspensão dos pagamentos, agora determinada pela Justiça.
No documento encaminhado pelo MP à Justiça, o pedido considerou que o vereador “não presta qualquer serviço junto à Câmara Municipal e, afastado de suas funções, simplesmente recebe dos cofres públicos municipais para não fazer absolutamente nada”, diz trecho do documento.
No material enviado à Promotoria de Justiça de Cantagalo, um documento fornecido pela Câmara de Vereadores, evidencia que a projeção de despesas com pagamento dos subsídios do vereador Rudimar Vagliatti, impedido de adentrar na sede da Câmara Municipal de Cantagalo até o final de Legislatura em curso, indica despesa total no valor de R$ 124.342,40 de junho de 2018 a dezembro de 2020, final do exercício do cargo público.
ENTENDA O CASO
Em 2016, quatro dos nove vereadores da Câmara de Cantagalo e ainda, o diretor-geral da Casa foram afastados dos cargos por determinação da Justiça. O fato ocorreu considerando, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), que os cinco eram suspeitos de receberem diárias entre 2013 e 2014, sem nunca terem viajado.
Durante um ano, o MP investigou os vereadores, dentre eles, Rudimar Vagliatti (PSC). Segundo o processo, a confirmação dos desvios ocorreram por meio de quebra de sigilo telefônico, relatórios de concessionárias de pedágio, de órgãos estaduais e até mesmo da própria câmara.
Durante a investigação, Rudimar Vagliatti foi afastado do cargo, mas continuo recebendo o pagamento de subsídios pela Câmara.