Neste sábado (2) é o Dia da Padroeira de Guarapuava, Nossa Senhora de Belém. Nem tudo vai funcionar na cidade no feriado. Mas na Catedral, a movimentação já começou. De acordo com o padre Jean Patrik Soares, pároco da Catedral, este ano devotos da padroeira doaram 20 cabeças de gado. E a equipe encarregada pelo churrasco já iniciou o corte e tempero da carne nesta sexta (1).
“Serão 2300 espetos de churrasco (carne de boi) que serão vendidos por R$ 35 cada. Às 4h da manhã, cerca de 30 pessoas começam a assar na churrasqueira que fica nos fundos do salão nobre”.
Também serão servidos carneiro e suíno com preços diferenciados. No total o almoço terá 5,5 toneladas de carne, com acompanhamentos (pães, saladas e maionese) vendidos separadamente. Os cartões podem ser comprados na secretaria paroquial durante o dia, e no trailer de vendas à noite. Após o almoço, haverá venda de pastel e bolo.
Já a parte religiosa terá início às 9h, e será marcada pela chegada da imagem de Nossa Senhora de Belém, trazida pelos ‘Tropeiros dos Campos’ de Guarapuava. A cavalgada sai do Parque de exposições Lacerda Werneck. Às 9h30, começa a missa solene com a benção de velas, seguida ao final pela procissão no entorno da praça 9 de dezembro. A celebração será presidida por Dom Antônio Wagner e concelebrada pelos demais padres da diocese.
Segundo o pároco, a organização da celebração esta a cargo das equipes de liturgia, canto, pastorais e movimentos. “Mais de 60 pessoas estão envolvidas nos preparativos, para que tenhamos uma grande festa religiosa”.
HISTÓRIA
O Padre Francisco das Chagas Lima fazia parte da expedição de Conquista e Povoamento dos Campos de Guarapuava que aqui chegou em 17 de junho de 1810. De acordo com a historiadora Zilma Haick Dalla Vecchia, em 11 de novembro de 1818, era criada a Freguesia de Nossa Senhora de Belém de Guarapuava. Dom João considerou “conveniente” criar a paróquia nessa região com o objetivo de conceder aos índios e aos colonos o recebimento dos Sacramentos da Igreja, além de atrair novos povoadores para o cultivo dos campos e criação de gado.
Assim, baixou-se um decreto e expediu o Alvará, em 11 de novembro de 1818, que criava a Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Belém de Guarapuava e a freguesia, primeira organização administrativa de uma povoação portuguesa. Sobre a vinda da imagem da Padroeira, segundo a lenda, o Sr. Francisco da Rocha Loures casado com a Dona Laura Rosa da Rocha Loures, viajou a cavalo para o Atalaia trazendo uma imagem de Nossa Senhora de Belém, presente de sua mãe.
Quando a comitiva atravessou um rio, no Alto da Serra da Esperança, foi atacada pelos índios camés. Esse o motivo do rio chamar-se “Rio das Mortes”. No combate Dona Laura foi atingida por uma flecha na perna e tendo implorado a proteção da santa que trazia, prometeu-lhe construir uma capela, no lugar onde se sentisse salva.
O local por ela escolhido foi o mesmo onde hoje está a cidade de Guarapuava. Foi o marco inicial da cidade. A construção iniciou-se um ano antes da instalação da Freguesia, quando o Padre Chagas, por mãos de escravos, construiu o primeiro oratório. A construção da Matriz começou em 1841, de acordo com a planta deixada pelo Padre Chagas.