Uma ação coletiva para incentivar a leitura de obras escritas por mulheres. Essa é a base do clube ‘Leia Mulheres’, que surgiu em um desafio de 2014 e chega neste sábado (16) a Guarapuava. A partir do grupo, a comunidade guarapuavana se unirá ao projeto de estimular a leitura de obras de autoria feminina, que vão das clássicas até as menos conhecidas. No Paraná, outras oito cidades já estão com o clube em andamento, colocando em prática o objetivo de diminuir a marginalização das mulheres no mercado editorial. O desafio do clube é a leitura de um livro por mês.
Em Guarapuava, ele seguirá o formato do clube nacional e contará com um cronograma de encontros mensais, mediados por mulheres. Na cidade, as professoras Níncia Teixeira e Enilda Pacheco serão as mediadoras das conversas.
O clube não tem a pretensão de fazer discussões acadêmicas, teóricas, críticas porque o objetivo é ler obras de mulheres autoras e trocar impressões sobre elas. Queremos diminuir o desconhecimento que as pessoas têm das autoras.
Para cumprir a proposta de ler mulheres durante todo o ano, as mediadoras do clube prepararam um cronograma com as obras deste primeiro semestre. Vale destacar, segundo Enilda, que a proposta do clube não limita-se à literatura, por isso, textos de não ficção, filmes, pinturas e fotografias de autoria feminina também podem compor o cronograma de leitura do clube.
“Não sabemos ainda quem vai participar, então, começamos com leituras que nós consideramos bem significativas e que podem não ser do conhecimento das pessoas. São autoras estrangeiras e brasileiras. O primeiro é ‘O papel de parede amarelo’, de Charlotte Perkins Gilman”.
De acordo com o cronograma, os encontros serão sempre aos sábados. Como meio de divulgação e conversa com a comunidade, o ‘Leia Mulheres – Guarapuava’ possui um grupo aberto no Facebook. Lá, são divulgadas as informações sobre os encontros e as obras. Além disso, o clube possui, também, um site nacional. Todos os clubes do país estão cadastrados. A história do ‘Leia Mulheres’, obras, resenhas e cidades que possuem o projeto estão mapeadas.
Vale destacar que a participação no clube é gratuita e aberta à toda a comunidade, incluindo a participação masculina. Quem não leu a obra mas quer acompanhar as discussões, também será bem-vindo. “Tem spoiler, claro, mas vale a pena!”, diz Enilda. A primeira discussão do grupo será no sábado (16), às 17h, na Livraria Gato Preto, que fica na rua Azevedo Portugal, 1362, próximo à praça da prefeitura.
SURGIMENTO
A ação inicial foi há cinco anos, quando a jornalista inglesa Joanna Walsh, em uma avaliação pessoal, percebeu que havia lido apenas autores homens em um período de 12 meses. Para mudar esse cenário, ela lançou o desafio com a #leiamulheres para que em 2014 fossem lidas obras de autoria feminina.
O resultado não poderia ser melhor. Multiplicadores da ideia deram força a campanha e em 2015, no Brasil, Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques tornaram o projeto presencial e espalharam o ‘Leia Mulheres’ pelo país. No Paraná, além de Guarapuava, o clube de leitura está presente em Curitiba, Francisco Beltrão, Irati, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa e Toledo.