22/08/2023
Cotidiano

Em Guarapuava, Sesc discute Trabalho Infantil no Paraná

Da redação (com assessoria) – Para discutir a necessidade de extirpar o trabalho infantil, o Sesc Paraná e o Ministério do Trabalho, com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar), Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil no Paraná (FETI-PR) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) e comunidade, promove, em Guarapuava, o I Seminário de Erradicação do Trabalho Infantil, no dia 30 de junho. O evento acontece nas dependência do Sesc Guarapuava, às 13h30min.
De acordo com a Analista de Apoio Operacional, Patrícia Manica, o objetivo do Sesc, como empresa comprometida com a sociedade, é trazer à pauta, este tema que interfere no desenvolvimento social, em especial na vida das crianças e adolescentes. “O Sesc entende que toda a sociedade tem o compromisso de lutar pelos direitos dos mais vulneráveis, e está mobilizando gestores municipais, empresários, professores e multiplicadores no combate a toda forma de trabalho infantil, tendo como pressuposto que a informação e a conscientização são o melhor caminho para anular esta prática”, salienta Patrícia.

Trabalho Infantil
Está longe de ser uma brincadeira de criança os números apresentados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) referentes ao trabalho infanto-juvenil no Paraná. Somente em 2007, 36.458 crianças paranaenses, entre 10 e 13 anos, desenvolveram algum tipo de trabalho infantil e destas, aproximadamente 5.400 deixaram de frequentar as salas de aula por trabalharem. E trabalho infantil só é aceito quando for em uma brincadeira inocente de criança. Ali ela pode ser professora, dona de casa, mecânico, pedreiro, exercer a profissão que desejar e brincando, contribuir para o seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.
O trabalho precoce penaliza crianças e adolescentes, incidindo sobre eles riscos à saúde e, principalmente, suprimindo sua infância. Porém, o cenário fica ainda pior quando se verifica que o mercado de trabalho paranaense absorve como mão de obra 216.798 adolescentes entre 14 e 17 anos.
Implantado há uma década, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assegura a menores de 18 anos, o direito de proteção à vida e à saúde, através de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio, em condições dignas de existência.
Fernanda Matzenbacher, auditora fiscal do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná, e uma das palestrantes do seminário, salienta que o Estado está entre as dez unidades federativas com o maior índice de crianças trabalhando na área rural e de adolescentes exercendo trabalhos em atividades perigosas, insalubres e penosas, como oficinas e olarias. Ela revela que existe uma relação entre o exercício de trabalho precoce e baixo rendimento e evasão escolar. “É necessário dar a crianças e adolescentes o direito de optar por uma profissão que virá a desenvolver na idade adulta, possibilitando a ela passar pelo processo educacional Todo e qualquer trabalho infantil realizado por menores de 16 anos é proibido pela legislação”, enfatiza.

Cristina Esteche

Jornalista

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