Para comemorar o centenário, nada melhor que uma festa como o carnaval. Os cem anos de nascimento do pioneiro turvense Gabriel Pilati nesta terça (5) carnavalesca vem para selar a alegria e a sabedoria de vida deste homem que marcou a história de Turvo. Na trajetória saudosa rememorada por Orlando Pilati, um de seus 12 filhos, a história se mistura com a da própria cidade. Gabriel casou-se com Luiza Schmeichel em 19 de junho de 1943, trabalhou como agricultor e a esposa como professora. Juntos, fizeram parte da história local.
Participaram da “criação de escolas públicas, igrejas (Rio do Salto e Turvo), fornecimento de mantimentos para os empregados de serrarias e “turmeiros” que trabalhavam na conservação da rodovia de terra, escoamento da produção agrícola, cartório, primeira agência bancária do Bradesco, energia elétrica, primeiro posto telefônico público…”, lembra o filho Orlando, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UPFPR), primeiro Pró-Reitor de Graduação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e um dos colaboradores da Faculdade Guairacá.
A casa de Gabriel era “o ponto de comunicação de toda a região: correspondências trazidas pelo ônibus, recados, peças de teatro apresentadas em plataformas rudimentares em frente à bodega, ponto de passagem obrigatória de todos os políticos da época para sondarem as possibilidades eleitorais…”.
A marca do trabalho, da participação, da dedicação de Gabriel e de Luiza à cidade estão em pontos importantes de Turvo. O mapa é um despertador incrível à sua presença local como a sede da Prefeitura, que está situada em terreno que antes o casal cedeu para escola. A igreja católica, o salão paroquial e a subestação de distribuição de energia elétrica pela Copel também ocupam áreas cedidas por eles. O Hospital Bom Pastor, mantido pela comunidade, ocupa um terreno que já foi um pomar de Gabriel Pilati.
“Nada veio para Gabriel e Luiza sem esforço e trabalho. Principalmente nunca deixaram de envolver-se e comprometer-se com os serviços essenciais necessários à comunidade a que pertenciam. Todos os filhos atuaram, por algum tempo, como professores na educação básica ou no nível superior. Genros e noras, netos, bisnetos e tataranetos continuaram a missão de comprometimento social. Por isso tudo, acreditamos que o seu centenário merece ser relembrado e comemorado”, declarou o filho.
Ontem, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, às 19h, houve uma homenagem ao centenário do nascimento de Gabriel Pilati. Segundo Orlando, a paróquia está construída no mesmo terreno doado por seu pai, onde foi construída a primeira capela nos anos de 1950.
Já nas ruas de Turvo, o espírito que celebra a existência de Gabriel é o do próprio carnaval, estilo o qual o pioneiro também estimulava e participava com fervor.
“Serve para nos lembrarmos do seu bom humor e alegria para festejar a vida e as conquistas do esforço comum. Essa foto é do bloco ‘Pode ser ou tá difícil, fundado pelo genro Coronel Monteiro, mas cujo estandarte ele carregava com humor”, relembra Orlando.