22/08/2023


Paraná Saúde

Vacina contra a meningite está em falta em Guarapuava

Em 2018 foram registrados 15 casos da doença e três mortes por meningite em Guarapuava. Ministério da Saúde informou que não existe data para envio de doses

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A Secretaria de Estado da Saúde está pleiteando junto ao Ministério da Saúde o aumento no número de doses da vacina contra a meningite, que está em falta em alguns municípios do Paraná. E Guarapuava é um desses municípios. De acordo com a chefe de Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Guarapuava, Chayane Andrade, não há doses de vacinas ‘Meningo C’ em nenhum posto de saúde.

A última remessa da vacina recebida do governo federal foi em janeiro deste ano, com apenas 20 doses. Segundo a enfermeira chefe, a falta começou no fim do ano passado quando aumentou a procura. “O Ministério da Saúde nos informou que não existe data para enviar doses da vacina ‘Meningo C’. Nenhum dos 20 municípios da 5ª Regional de Saúde tem vacina disponível. Em 2018 foram registrados 15 casos da doença e três mortes por meningite em Guarapuava.

De acordo com o Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, as vacinas Pneumo 10-Valente, a Haemophilus influenzae e a BCG, que imunizam contra formas graves de tuberculose com possibilidades de evoluírem para meningite, estão disponíveis nas Unidades de Saúde do município. No caso da BCG, as doses são fornecidas somente nas UBS referenciadas, pois os profissionais do Programa Mamãe Guará, durante a visita ao recém nascido no hospital já indicam para a mãe onde o bebê deverá ser vacinado.

(Foto: Secom/Prefeitura de Guarapuava)

Em 2019 já foram registrados 144 casos da doença no Paraná e 14 mortes. A última foi na região de Francisco Beltrão, um dos locais onde falta a vacina. Um adolescente de 16 anos de Pérola do Oeste que estudava em Capanema e estava internado desde 1 de março no Hospital Regional do Sudoeste, morreu nessa terça (5). Ainda não é possível saber o tipo de meningite, que está em análise no Laboratório Central do Estado (Lacen), mas a regional e o município tomaram as providências para proteger as pessoas que tiveram contato com o rapaz.

De acordo com a secretaria, o Paraná, assim como outros estados, está recebendo doses em quantidades insuficientes há mais de um ano. A demanda de meningogócica C conjugada é de 88 mil doses/mês e o ministério envia uma média de 66 mil, portanto, bem abaixo do necessário.

O secretário alerta que outros cuidados, além da vacinação, podem prevenir a meningite. Os principais são higiene, ventilação dos ambientes e não-compartilhamento de objetos. Emergencialmente, a secretaria fez o remanejamento dos estoques entre as várias Regionais de Saúde para evitar o desabastecimento, na medida do possível.

“Desde que o novo governo assumiu, detectamos a falta em alguns locais e acionamos o ministério imediatamente, mas ainda não temos uma posição oficial”, disse o secretário da Saúde, Beto Preto.

(Foto: Venilton Küchler)

NÚMEROS

Em 2018, o Paraná teve 1.601 casos de meningite dos mais variados tipos, com 108 mortes. Estes são dados preliminares, assim como os deste ano, quando ocorreram 144 casos com 14 mortes.

A meningite é geralmente causada por uma infecção viral, mas também pode ter origem bacteriana ou fúngica, além ainda por outros microorganismos, como parasitas ou até por complicações de outras doenças, entre elas o sarampo e a pneumonia. Daí a importância de todas as pessoas estarem com as vacinas em dia, para ficarem imunizadas contra meningite de forma direta e indireta.

A maior ocorrência da meningite está entre as causadas por vírus (60%), que costuma ser a forma benigna, com boa evolução para cura. Outros 30% são causados por bactérias – existem mais de 200 que podem provocar a doença. Elas ocorrem por complicações de outras doenças ou são transmitidas pelo contato entre pessoas. Os 10% restantes são causados por fungos ou protozoários.

Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, rigidez da nuca, febre, convulsão e vômito. Nas crianças abaixo de um ano, observa-se choro persistente e inchaço na moleira. Em alguns casos, o paciente pode também apresentar manchas vermelhas na pele.

Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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