*Reportagem atualizada às 17h50 do dia 12 de março de 2019 para correção de digitação no título do conteúdo.
Admir Strechar, ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava acumulou nessa segunda feira (11) mais uma condenação. Após cerca de 12 horas de julgamento, sentado no banco dos réus do Fórum Desembargador Ernani Guarita Cartax, Strechar ouviu a sentença do juiz Adriano Scussiatto Eyng, recebendo a pena de 12 anos e 10 meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).
A condenação considerou o réu como mandante do crime de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima Luiz Furtado, conhecido como Luiz Gaúcho, cabo eleitoral do acusado, durante as eleições de 2002. Segundo apurado pelo Ministério Público (MP), o crime foi cometido em razão de uma dívida que o acusado se recusou a pagar à vítima. Nos autos, diversos relatos registram ameaças de morte para não pagar o acordo estabelecido entre ambos e, conforme apurado no caso, as ameaças se concretizaram no dia 27 de outubro de 2002.
Ao Portal RSN, a promotora Dúnia Serpa Rampazzo, que fez a acusação do caso, declarou que a condenação se revelou satisfatória.
O fato do acusado, durante vários mandatos, ter sido vereador na cidade de Guarapuava, assim como presidente da Câmara dos Vereadores, demonstra que em que pese o crime tenha sido cometido no ano de 2002, há 17 anos atrás, nós vivemos novos tempos no nosso país em que ninguém está acima da lei, conforme já mencionou o juiz e agora Ministro da Justiça Sérgio Moro. Ou seja, a lei vale tanto para o cidadão comum, como para os políticos e detentores de poder político e econômico. Dessa forma, a condenação ocorrida por esse crime ocorrido em 2002 é uma condenação emblemática que revela novos tempos que estamos vivendo no nosso país, em que cada vez mais a população se revela contrária e não concordante com a impunidade.
Segundo o advogado de Strechar, Marinaldo Rattes, ainda cabe recurso a decisão e a defesa insistirá com as tentativas cabíveis ao caso.
A defesa entende que não havia provas para a condenação e entrará com recurso no Tribunal de Justiça. Um deles refere-se ao pedido de diminuição de dois terços da pena, já que, a sentença da data de ontem estabeleceu apenas a redução de um terço. Além disso, nós tivemos a ausência de uma testemunha de defesa de caráter imprescindível, que foi citada inúmeras vezes durante o processo. Nós entramos com pedido de adiamento da audiência e tivemos o pedido negado, mas continuamos entendendo que a presença desta testemunha é fundamental para o encaminhamento do processo, por isso, vamos recorrer.
OUTRAS CONDENAÇÕES
Embora ainda haja recurso nesta condenação, o réu Admir Strechar continuará preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava em virtude de outras penas as quais já está cumprindo.
O ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Guarapuava acumula várias condenações por crimes contra a administração pública, resultantes de investigações da “Operação Fantasma” feita pelo GAECO, em 2011. Preso há quase oito anos, ele cumpre pena de mais de 60 anos de prisão.