Os professores da rede municipal de ensino de União da Vitória entraram no segundo dia de paralisação nesta quarta feira (13) . A greve foi deflagrada ontem (12) pelos profissionais que se reuniram na Estação da Rede e fizeram passeata até a prefeitura para tentar uma negociação com a administração local.
O principal pedido é a negociação de 13% de reajuste salarial, referente a soma dos índices de 2017 e 2018, que segundo o sindicato da categoria, ainda não foi regularizada na folha de pagamento dos professores. A manifestação desta quarta (13) está concentrada na Praça Alvir Riesemberg, que fica em frente à Câmara de Vereadores de União da Vitória.
De acordo com o presidente do Sindicato do Magistério Municipal de União da Vitória, Marcio Utzig, os grevistas farão às 16h uma nova passeata até a prefeitura. Segundo Marcio, das 38 unidades escolares do município, incluindo 14 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e 24 escolas municipais, 35 aderiram à greve, representando cerca de 90% da categoria.
“Também temos o apoio maciço da sociedade união-vitoriense pelo atendimento dos nossos pedidos, principalmente dos pais dos alunos, que sabem da situação em que se encontram as nossas escolas”.
Em conversa com o Portal RSN, o presidente do Sindicato contextualizou a situação da educação no município.
A Prefeitura nos deve reajuste salarial por merecimento e titulação, de acordo com os índices do Ministério da Educação. Queremos também melhorias nas estruturas das escolas, pois convivemos com algumas condições precárias, como por exemplo, foça aberta no pátio e instalações elétricas comprometidas. Além disso, muitos professores tem ajudado na limpeza das salas, pois há falta de pessoal para esse serviço. A equipe reduzida de cozinheiras também tem comprometido o fornecimento de merenda para os alunos.
De acordo com o representante do Sindicato, ontem (12), os professores foram recebidos por membros da administração municipal e conversaram com o vice-prefeito Bachir Abbas, mas não houve acordo. A alegação do poder público é a de que o município está impedido de conceder aumento real, porque os professores da rede municipal recebem o piso salarial com valor acima do piso nacional, estando todos com seus salários e 13º salários em dia.
O prefeito Hilton Santin Roveda está cumprindo agenda em Curitiba e deve retornar nesta quinta feira (14), quando o sindicado fará uma nova tentativa de diálogo com o chefe do poder público municipal para a discussão das reivindicações. Em nota à imprensa, o prefeito frisou que, como a questão foi judicializada pelo sindicato, a administração municipal não tem como negociar as reivindicações, por impedimento legal.
“É direito da categoria procurar o Judiciário, se entende possuir direitos violados, contudo, ao Município cabe, agora, somente aguardar a decisão da Justiça sobre o assunto, em obediência a lei”.
Em relação aos reparos necessários nas escolas e CMEIs, o prefeito salientou que a pasta da Educação municipal há pouco tempo está sob uma nova chefia, de Ricardo Brugnago, e que as providências estão sendo tomadas em caráter prioritário.
Caso não haja um acordo até amanhã (14) sobre os reajustes salariais, o sindicato estuda a possibilidade de passar para o estado de greve, em que voltam para as atividades escolares, mas continuam investindo nas negociações ao mesmo tempo.