22/08/2023

Kundun lota auditório da Unicentro e emociona o público

imagem-17687

Com o auditório da Unicentro lotado a Companhia de Música e Dança Afro Kundun Balê – Quilombo Paiol de Telha abriu oficialmente a Semana da Arte Folclórica em Guarapuava. O espetáculo Acorda Raça colocou no palco duas novidades: o retono da bailarina Vanessa Nayan Marques, que estava fora temporariamente porque estava grávida e dançou com o filho Nayreh (quatro meses) nos braços (foto), e a participação do menino Lorenzo Esteche Korocoski, 8 anos, que apesar do comprometimento motor, tocou caxixi durante 1h5, tempo de duração do show. Lorenzo é neto do coordenador do Kundun, Orlando Silva e da jornalista Cristina Esteche.

Contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afrobrasileiras patrocinado pela Petrobras, com a realização do Centro de Apoio ao Desenvolvimento (CADON) em parceria com o Ministério da Cultura e Fundação Palmares, a Companhia quilombola levou para o palco o “Acorda Raça!”, um show descontraído, onde a performance dos bailarinos e a energia que emanou do palco deixou o público extasiado.

"Acompanho o Kundun desde o início e hoje vejo uma maturidade em todos os sentidos. Eles cresceram em todos os sentidos, na dança, na percussão, adquiriram musculatura. Adoro fotografar o Kundun porque eles me dão tudo o que um fotógrafo deseja", disse Sandra Hyczy.

O baterista Vinicius Korocoski assitiu o Kundun pela primeira vez e não poupou eleogios. "A música africana já é forye por si só, mas o que a percussão faz ultrapassa limites. Eu nunca tinha ouvido nada igual, e são crianças que tocam. Os bailarinos conseguem transmitir uma energia que contagia o público. Quero nem que seja so ensaiar com eles", afirmou.

Para a acadêmica Patrícia Suelen de Albuquerque, o Kundun "sempre nos dá uma lição de vida. Trazer esse menino (Lorenzo) para o palco, ver a alegria dele tentando cantar, participando do show, interagindo, foi muito emocionante. Ele é lindo em todos os sentidos e nos mostrou que basta querer para realizar. Foi uma lição em todos os sentidos", afirmou.

O SHOW

Em 1h5 de espetáculo o Kundun Balê, ou Aquele que Realiza, na língua Conde, traça uma analogia entre figuras africanas e ícones do folclore brasileiro. A intenção na proposta do show é de mostrar que cada ser humano é capaz de fazer, de dançar, de tocar, de criar, de descobrir o seu próprio talento a partir do momento que assume o desejo de superação, de visualizar uma meta e correr atrás dela. Por isso, o Kundun Balê busca a prática dessa teoria no exemplo legado por seus ancestrais que mesmo escravizados contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento sócio-econômico-cultural desta nação chamada Brasil. O “Acorda Raça” é um chamado para essa conscientização. Nesse sentido o Kundun fez a lição de casa e conhece o ensinamento na ponta da língua, ou melhor, nas mãos, nos pés, no corpo em toda a sua extensão.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

RSN
Visão geral da Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.