O engenheiro agrônomo Lidio Coradin, consultor do Ministério do Meio Ambiente, é autor do livro “Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro. Região Centro-Oeste”. Natural de Bituruna, Lidio doou um exemplar da obra à Biblioteca Municipal. A entrega foi feita pelo vereador João Nhoatto, ao prefeito de Bituruna, Claudinei de Paula Castilho, junto com a secretária de Educação, Niucelene Isoton e o diretor da Secretaria de Agricultura, Fábio Cró.
A obra faz parte do projeto “Plantas para o futuro”, que contempla um livro falando sobre as plantas de cada região do Brasil. O exemplar da Região Sul já está esgotado; o da Região Centro-Oeste está na fase de distribuição; o referente à Região Nordeste está disponível apenas na versão digital e este ano ainda serão lançados os livros do Norte e Sudeste.
A trajetória profissional desse biturunense é feita de desafios. Lidio iniciou seus estudos em Bituruna. Em 1962 foi para União da Vitória, onde terminou os ensinos fundamental e médio. Em 1970 foi para Pelotas (RS) cursar Agronomia, na Universidade Federal de Pelotas. Em 1974 foi contratado pela Embrapa e após desenvolver as primeiras atividades de pesquisa no RS, foi a Brasília para os primeiros cursos de pesquisa e experimentação. O próximo destino foi Belém, na Amazônia. Em janeiro de 1976 foi para Nova York, nos Estados Unidos, para pós-graduação. A partir do final de 1978 fez pesquisa junto ao Centro de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia, da Embrapa.
Desde 1988 participa de negociações internacionais junto a Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo o processo da aprovação da Convenção sobre Diversidade Biológica, em 1992. Em 1994, foi convidado pelo Ministro Rubens Ricupero para trabalhar no Ministério do Meio Ambiente (MMA). Entre várias atividades, deu início à implementação da Convenção no Brasil. Além disso, continuou envolvido em negociações de acordos internacionais da ONU, caso do Tratado Internacional de Recursos Fitogenéticos sobre Alimentação e Agricultura, assim como do Protocolo de Biossegurança, negociado no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica.
No início dos anos 2000 iniciou o projeto “Plantas para o Futuro”, para melhorar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira (que é considerada a maior biodiversidade do planeta) e ampliar o uso das espécies nativas, em geral “pouco conhecidas, negligenciadas e subutilizadas”. A partir daí foi feito um levantamento das espécies nativas mais importantes em cada uma das cinco principais regiões brasileiras. Busca-se, assim, chamar a atenção da sociedade brasileira para a importância da flora nativa, seja como alimentícia, aromática, medicinal, oleaginosa e ornamental, entre outros usos”.
“Essa série Plantas para o Futuro acabou se tornando um mega-empreendimento, ou melhor, uma mega-iniciativa. Após finalizarmos o livro relativo à Região Sul, produzimos o livro relativo à Região Centro-Oeste, segundo dessa série de cinco livros que estão sendo organizados e publicados a respeito das Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro”, disse.
Atualmente, além de consultor do Ministério do Meio Ambiente, é diretor do Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, que é de âmbito internacional e cujas atividades estão sendo encerradas com a publicação desses livros.