Falta de higiene em consultório, erro médico no diagnóstico, longa espera para ser atendida Comos e não bastasse tudo isso, dois medicamentos receitados provocaram reação alérgica num bebê de 10 meses de idade . A denúncia feita pela tia da criança à Rede Sul de Notícias nesta quinta-feira (24) expõe o descaso como qual os pacientes que dependem da saúde pública municipal em Guarapuava estão sujeitos a enfrentar. Um bebê com 10 meses de idade teve febre alta. Além da mãe e da tia esperarem durante mais de 3 horas para que a criança fosse atendida, o médico receitou medicamentos para infecção sem examinar o paciente. E quando o fez, a pedido da mãe, não teve nenhum critério de higiene. Outra consulta feita com outro médico detectou que o bebê não tinha nenhuma infecção.
De acordo com a mulher que pediu para não ter seu nome divulgado ( A Rede Sul de Notícias possui a identidade da autora da denúncia), no sábado (19) ela acompanhou a mãe e o bebê até a Unidade 24 Horas no Bairro Primavera já que a criança estava com febre alta desde o dia anterior (sexta-feira, 18).
"Chegamos lá por volta das 11h30 da manhã e depois de muita espera, apesar de chegar muitos pacientes e serem atendidos na nossa frente, a febre da criança aumentou. Pedimos para uma enfermeira medir e estava com 38 graus, mesmo assim não fomos atendidas. A enfermeira disse que como agora a Unidade de Atendimento está informatizada não poderia passar o nenê na frente dos demais pacientes", afirmou.
De acordo com a mulher, a criança só foi atendida porque uma senhora que chegou com o filho e foi passada na frente do bebê ficou indignada. "Essa senhora entrou na sala do médico e perguntou porque uma criança com 10 meses, com febre alta, estava na fila de espera desde a manhã e ainda não tinha sido atendida. O médico respondeu que ela seria a próxima," relata.
" Quando entramos na sala nos deparamos com um sujeito que não tinha cara alguma de médico, sem jaleco branco, e parecia nem ter penteado os cabelos naquele dia. Era um tal de Vitor Lima. Ele perguntou a minha irmã o que estava acontecendo e já foi fazendo a receita, sem ao menos examinar o bebê. Minha irmã pediu para que olhasse garganta e ouvido do nenê e quando foi deitar minha sobrinha o lençol estava imundo. O médico pegou na boca da criança, sem luvas e receitou tudo o que pode:
Cefalexina 250mg – 5 m 6/6hs; Paracetamol 200 mg- 10 gotas 6/6hs; Nistatina – 1m 4X ao dia; Ouvidonal – 2 gotas em cada ouvido, 4 x ao dia; transpulmin supositório diário", lista a tia da criança.
"Vejam só. Toda esta medicação para um bebê de apenas 10 meses, e o médico ainda teve a coragem de nos dizer que algum destes remédios ia resolver o problema da criança. Ora, vejam, como pode um médico receitar tantos medicamentos para uma criança que não tinha infecção alguma?" questiona.
Preocupadas, as duas mulheres sairam do Bairro Primavera e foram até a outra unidade da Urgência Municipal no Pérola do Oeste. "Lá fomos bem atendidas. O médico, Dr. Fábio Sguissardi se mostrou atencioso, e veio nos confirmar quando disse: ´Ela não tem infecção nenhuma, nem na garganta, nem nos ouvidos e que a febre foi consequência dos dentinhos que estão nascendo!"
Segundo a mulher que entrou em contato com a Rede Sulde Notícias, hoje, quinta-feira (24) a sua irmã teve de levar o bebê ao Posto de Saúde novamente. "Saiu um grosseirão em seu corpo. Foi uma reação alérgica do Diclofenaco e do Histamin que foi receitado. Já pensaram o que seria deste bebê se tomasse todos estes medicamentos relacionados acima, em doses altas? Será que esta criança ainda estaria viva? E quem responderia pelos erros médicos?", questiona.
A Rede Sul de Notícias entrou em contato com as duas unidades de Urgência Municipal e também na Secretaria Municipal de Saúde para ouvir os médicos citados. Não houve retorno de nenhuma das ligações.
Foto:Urgência Primavera Foto:Arquivo/RedeSul