22/08/2023
Política

Decisão de Osmar Dias tira Alvaro do páreo presidencial

A primeira conseqüência da decisão – aparentemente irreversível – de Osmar Dias, do PDT, de disputar o governo do Paraná em coligação com o PT e o PMDB, foi tirar seu irmão, o também senador Alvaro Dias, do PSDB, da disputa da vice-presidência da República na chapa do candidato do PSDB, José Serra.
Ao ser comunicado da decisão de Osmar o comando do PSDB – que se encontrava reunida na casa do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra – optou por desistir de colocar Alvaro Dias como vice de Serra. A indicação de Alvaro para vice de Serra estava gerando polêmica com o DEM, partido aliado tradicional do PSDB, mas os tucanos estavam dispostos a bancar a indicação do correligionário. A decisão de Osmar fulminou as chances de Alvaro.
Ironicamente a primeira oportunidade real de o Paraná vir a ocupar o primeiro plano político da República, 153 anos depois do desmembramento de São Paulo, e de uma legendária irrelevância política no cenário nacional, ocorre por conta de um bizarro conflito de interesse entre irmãos. Ao longo da campanha, Osmar pode vir ser chamado a explicar, além da demora e hesitação em tomar uma decisão, sua opção por inviabilizar uma escalada política do Paraná.
Se o seu Silvino Fernandes Dias, cultuado pioneiro de Maringá, patriarca da família Dias, estivesse vivo é provável que a decisão de Osmar tivesse sido diferente. Nascido em São Paulo, mas paranaense por adoção e entusiasmo, seu Silvino provavelmente iria interferir com sua autoridade moral para arbitrar o conflito entre Alvaro e Osmar. Certamente o seu Silvino – como fez em outras ocasiões – não permitiria que Osmar inviabilizasse, com sua candidatura ao governo, a chance do Paraná chegar – por meio de um Dias – ao segundo cargo mais importante da República.

Cristina Esteche

Jornalista

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