A unidade da Faculdade Guarapuava – Vale do Jordão sedia o Simpósio Regional sobre Acessibilidade e Inclusão no dia 16 de maio. Podem participar profissionais, acadêmicos, pessoas da comunidade e de outras cidades. E de acordo com a assessoria, o objetivo é promover debates, ideias e atitudes que aumentem a inclusão social.
“A inclusão é um tema de relevância mundial que vem de um processo de amadurecimento da sociedade ao refutar preconceitos e melhorar o trato com aquele que era considerado “diferente” e era excluído da vida social. A informação é um meio fundamental para promover o desenvolvimento de políticas públicas que combatam o preconceito e a desigualdade de tratamento”, explica Leonardo de Mattos Leão, Diretor da Faculdade.
Diversas atividades estão previstas, a abertura ficará por conta dos alunos da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi) que vão apresentar uma peça de teatro, todos os atores são cegos ou com baixa visão. A experiência pretende levar a uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia. Américo Prado de Ramos, presidente de associação, conta que atualmente a Apadevi atende 180 alunos. “A maioria dos associados sofre com a pouca autonomia de locomoção pela cidade, não por causa da deficiência visual, mas pela falta de informação e de acesso a maioria dos locais, inclusive falta sinalização nas vias e espaços públicos”, diz.
Outra atividade programada é a palestra com a Engenheira Civil Célia Neto Pereira Rosa do CREA-PR. Ela falará sobre os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência devido à falta de acessibilidade, apesar de ser um direito de todos. “Além de atender as necessidades da pessoa com deficiência, as adaptações trazem conforto para a sociedade, pois a população brasileira tem um número cada vez maior de idosos e eles devem ter facilidade de locomoção e acesso aos locais”, declara. A Engenheira enfatiza que a sociedade ainda precisa ampliar as ações de inclusão. “Um exemplo prático é em relação às calçadas que devem ser feitas de acordo com as normas, gerando uma responsabilidade daquele que vai fazer a obra”, afirma.
O Simpósio também terá uma mesa redonda envolvendo profissionais das áreas do Direito, Engenharias e Arquitetura. Já os acadêmicos de Administração, Ciências Contábeis, Agronomia e Medicina Veterinária vão ter palestras direcionadas.
Uma delas vai ser sobre os benefícios da Equoterapia na recuperação da mobilidade. A médica veterinária Dra. Tatiana Bischof Chicalski contará sua experiência profissional e pessoal com essa técnica.
No saguão serão apresentados esportes praticados por pessoas com deficiência. Além disso, em um espaço multidisciplinar serão expostos equipamentos tecnológicos e desenvolvidas atividades com alunos de Administração que estudam Libras.
Segundo o Dr. Leonardo, a Faculdade tem a responsabilidade de difundir projetos de inclusão e formas de acabar com o preconceito auxiliando a comunidade a se desenvolver e ampliar o atendimento a pessoa com deficiência. “O simpósio regional quer atingir o maior número de pessoas promovendo o debate de forma clara, envolvendo temas que fazem parte do cotidiano de todos”, afirma.
INSCRIÇÕES
As inscrições são de graça e devem ser feitas de 6 a 15 de maio pelo site da faculdade: www.faculdadeguarapuava.edu.br. Toda comunidade pode participar. Confira a programação completa no final do texto que está na página da faculdade.
FACULDADE GUARAPUAVA E A ACESSIBILIDADE
Há vários anos a estrutura da FG está adaptada para facilitar o acesso de pessoas com deficiência. Para os cegos, existe o piso guia que direciona a todos os setores. O relevo e as cores são diversos do piso adjacente, o que permite a percepção de quem tem baixa visão e possibilita o contato dos pés e mãos ou bengalas dos cegos. Por todo o prédio também foram colocadas placas de sinalização em braile e mapas táteis que permitem a percepção da direção e o espaço do local (o usuário fixa na memória para facilitar o deslocamento). Rampas de acesso, corrimãos e um elevador permitem a locomoção de quem tem alguma dificuldade de andar ou seja cadeirante.
Além de oferecer uma professora intérprete de Libras, para alunos surdos que necessitam de atendimento, a faculdade incentiva outros acadêmicos dos cursos de Administração, Recursos Humanos e Direito a aprender essa língua, inserindo-os no contexto social dos surdos. Os cursos oferecem disciplinas optativas que ensinam o básico dessa língua e promovem a reflexão sobre a inclusão.
A professora da disciplina Martha Gomes explica que, além do ensino da LIBRAS em sala de aula, são promovidas discussões sobre os papéis das organizações, as mudanças políticas, econômicas e sociais. Ela afirma que são reflexões necessárias para se alcançar uma sociedade mais inclusiva.
“A acessibilidade é um dos caminhos para promover a inclusão. O tema acessibilidade, a partir de 1999, passou a fazer parte das discussões entre educadores, órgãos educacionais e sociedade em geral. A oferta e a procura de cursos de especialização, atualização, aperfeiçoamento por parte dos professores, visando à busca de caminhos alternativos para sensibilizar os profissionais a compreenderem os alunos”, complementa.
Já o Curso de Engenharia Civil tem a disciplina de Projetos de Engenharia I – Acessibilidade para deficientes físicos. Rafaella Salvador Paulino é a professora responsável pela matéria e conta que os acadêmicos estudam a aplicação de todas as recomendações de acessibilidade para pessoas com deficiência de acordo com a norma NBR 9050, tanto para edificações, quanto para o ambiente urbano.
“No primeiro semestre deste ano, por exemplo, nós desenvolvemos a implantação da acessibilidade em um projeto arquitetônico de uma agência bancária. E no segundo, os alunos devem escolher um local (shopping, hospital, escolas) para avaliar as condições implantadas de acessibilidade, se estão dentro dos parâmetros normativos. O objetivo é fazer sugestões de melhorias para alterar aquilo que não está de acordo com a legislação”, afirma.
Ela diz que os engenheiros formados pela Faculdade Guarapuava saem plenamente conscientes das necessidades de adaptação das obras que garantam a acessibilidade e capacitados para fazê-las. “O plano diretor dos municípios estipula a obrigatoriedade dos meios de acessibilidade em novas obras. Para aprovação, o projeto precisa estar adequado às normas, o que é um avanço social”, finaliza.